Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
Micaeli Priscila Barros Sampaio, de 23 anos, divide os poucos metros quadrados de sua casa com seu irmão, cunhada e seis crianças. Quatro delas, são seus filhos e as outras duas, sobrinhos. As crianças têm marcas da carência na pele e também no desenvolvimento intelectual.
São amáveis, carentes de carinho e atenção, que fizeram da ida do Portal SelesNafes.Com a sua casa. A visita foi um evento, no qual elas sorriram bastante e ficaram ao lado da mãe o tempo todo.
Um dos meninos tem diagnóstico de TEA, Transtorno do Espectro Autista, e a menina mais velha nasceu com possível quadro sindrômico, com presença de possível Deficiência Intelectual (DI).
Trazem fisicamente várias marcas, como pequenos ferimentos e inflamações, que, aparentemente, são oriundas de alergia a picadas de insetos ou também relacionadas a uma higiene negligente.
No momento da visita, havia almoço: arroz, feijão e farinha oriundos de uma cesta básica que receberam de doação um dia antes. Não havia a chamada “mistura”, algum tipo de proteína no almoço daquela família.
A situação ainda é mais delicada pelo fato de que Micaeli está grávida, já no período de aguardar a chegada do novo neném. Ela não fez pré-natal e é difícil a situação da mulher.
Muito mais do que querer ser ajudada ou ajudar-se, claramente há um déficit entre a presença do Estado brasileiro e os níveis de cognição, noção ou educação de serviços básicos a que Micaeli poderia ter direito. Ela está com pressão baixa e diabetes gestacional, estando bastante fragilizada pela doença.
Um dos filhos recebe bolsa família e a jovem mãe conta que seu último emprego foi de serviços gerais, tendo que parar tal atividade, uma vez que sua gravidez apresentou complicações.
A família é geralmente amparada pela solidariedade de um grupo de educadoras, mães de autistas e de apoio às famílias com crianças com autismo, mas no momento estão, obviamente, em uma situação de altíssima vulnerabilidade.
A casa tem um quarto e parte da cozinha serve como quarto para adultos e crianças, que dividem camas de casal e de solteiro. A geladeira da família pifou. O irmão, de 19 anos, que não teve acesso à escolarização, tem vontade de trabalhar como operário ou auxiliar em serviços braçais, garante Micaeli.
Ajuda
A casa onde a família mora é cedida, em área de terra firme, após ela ter caído dentro do lago em uma área de pontes.
A cessão da casa, situada na Rua Goiás, no Bairro Pacoval, nº 189, é temporária e ocorreu graças a ajuda de um homem que se compadeceu com a família após a morte da mãe de Micaeli, que sobrevivia e ajudava os filhos vendendo um título de capitalização nas ruas de Macapá. Contudo, o imóvel está bastante deteriorado.
“Eu queria que as pessoas me ajudassem em questão de alimentos, pra mim e para os meus filhos. Também preciso de uma geladeira, materiais de construção como telhas e tábuas para ajeitar a casa, e, principalmente, emprego, primeiro para o meu irmão e quando puder, para mim também”, declarou Micaeli.
Para falar com Micaeli o contato é (96) 9904-4918. Para doação via PIX, será utilizado de uma das representantes da Associação Amapá Azul (Amazul), que tem apoiado a família. Nelcirema da Silva Pureza Ferreira é a favorecida, de CPF 298.634.222-15.