Nascem novas fadinhas: as três Marias do Amapá

Futuras novas fadinhas chamam a atenção no Mercado Central de Macapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Ainda falta equilíbrio e apenas os primeiros passos foram dados, mas três meninas e um skate no Mercado Central de Macapá, por volta do meio-dia de um dia de semana, é uma cena que podemos ver agora muito mais vezes por causa da medalha de prata conquistada por Rayssa Leal nas Olimpíadas de Tókio.

O skate, que este ano fez a sua estreia nos jogos olímpicos, parece que realmente veio para ficar e para, enfim, quebrar estereótipos ultrapassados.

A comoção pela conquista da maranhense Rayssa, o caminho que trilhou desde os vídeos andando de skate fantasiada de fadinha até a consagração, foram incentivos para a pequena Maria Antônia, de 7 anos, que diz gostar de skate desde que nasceu, e suas irmãs, Maria Eduarda, de 10 anos, e a caçula Maria Fernanda, de 4 anos começarem a andar.

A mais velha pediu o presente aos pais, proprietários de um box que vende comidas no Mercado Central, e eles atenderam. Cada uma delas vai ganhar um, mas por enquanto só chegou o da mais velha, que já estreou o “carrinho novo” pela primeira vez.

As três Marias chamam a atenção quando treinam no Mercado Central. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

“Eu comecei ontem. Eu gostava faz tempo, mas nunca pedi porque achei que eles [os pais], não iam me dar. Eu não podia ficar acordada até muito tarde para ver a Rayssa, então eu só assistia até a metade, mas no outro dia eu via no Esporte”, contou Maria Eduarda.

“Elas viram lá na olimpíada e ficaram curiosas, daí todas elas pediram skate. Chegou agora esses dias o da Maria Eduardo e agora a do meio também pediu e também vai ter o da mais nova. Eu acho legal, elas gostaram e não tem esse negócio de esporte de menino ou de menina. A gente vai incentivando o esporte e vamos levando”, declarou o pais das crianças, o pequeno empresário Nildo Melo.

O skatista veterano Kookimoto Mira, membro da Associação dos Skatistas do Amapá (Askap), confirma que embora menor que o esperado, houve um aumento na procura pela prática do esporte, o que é mais nítido ainda no caso das mulheres.

“Tem mais interesse de mulheres, sim, com certeza. Não tanto quanto o esperado, mas teve, sim, um aumento. Na parte do aeroporto, Beira Rio, sempre tem alguém andando [de skate], e a gente vê também um pessoal antigo voltando a ter interesse, assim como seus filhos”, contou Kookimoto.

Elas são apoiadas pelos pais

Desde que haja pistas, crianças querendo seguir exemplos, seja por diversão ou até por vontade de levar mais a sério, e que também existam pais que apoiem e incentivem, como neste caso, o esporte tem futuro garantido, e o skate em particular tem uma nova oportunidade de inserção na sociedade.

Seles Nafes
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