No Amapá, empresa fecha e reclama falta de incentivos; governo rebate

Empresa de trigo funcionava desde 2015 no município de Santana, a 17 km de Macapá. Foto: Divulgação
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

A empresa de trigos “O Moinho”, do grupo Soreidon do Brasil, que funcionava desde 2015 no município de Santana, anunciou a paralisação das atividades por tempo indeterminado.

O empreendimento afirmou que mais de 300 famílias amapaenses serão afetadas diretamente com a decisão da direção da empresa. Não fica claro, porém, se 300 é o número de empregados que a Soreidon tem no Amapá.

Falta de incentivo

A empresa não produz trigo, ela importa de países como o Canadá, Argentina e Alemanha e também beneficia os grãos, tendo, por exemplo, linhas específicas de trigo para pizza, pastéis, para panificação e outros.

Em seu informativo, afirmou ter orgulho de estar na mesa dos amapaenses e de entregar um produto a custo baixo, no entanto, em vídeo publicado em suas redes sociais, a empresa afirma ter faltado incentivo.

“Infelizmente nossas indústrias estão paralisando suas atividades por tempo indeterminado, afetando diretamente mais de 300 famílias amapaenses, interrompendo um sonho”, diz trecho da narração no vídeo.

Em um comunicado por escrito divulgado à imprensa, O Moinho informou que tem “dificuldades enfrentadas com a falta de incentivo tributário do Estado”.

Governo do Amapá

Na tarde desta sexta-feira (20), o Governo do Estado do Amapá (GEA) posicionou-se, rebatendo as informações da empresa. Leia a nota na íntegra.

“Em relação às informações divulgadas pela empresa SOREIDOM BRASIL, anunciando paralisação temporária de suas atividades no Amapá, o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Fazenda (SEFAZ), esclarece o seguinte:

  1. O Governo do Estado valoriza todo e qualquer empreendimento produtivo que gere empregos e renda no Amapá, e os incentiva através de uma política de benefícios fiscais transparente e disponível a todos os empreendedores interessados em atuar no Estado;
  2. Além dos incentivos estaduais, as empresas interessadas em empreender no Estado ainda têm a oportunidade de acessar os benefícios oferecidos para a Área de Livre Comércio de Macapá e Santana;
  3. Ao contrário do que afirma a empresa, em sua peça de comunicação, o Governo do Estado garante benefícios fiscais para a Soreidom, os quais foram fundamentais para a instalação da empresa no Amapá e para a continuidade das suas operações;
  4. Apenas um benefício fiscal pretendido pela empresa não foi concedido pela Secretaria de Estado da Fazenda, pois implicaria em majoração do preço do trigo no mercado local, bem como de produtos derivados, como pães, bolos, pizzas e outros produtos comercializados em padarias, lanchonetes e restaurantes, resultando em prejuízo para toda a população amapaense.
  5. O Governo do Estado lamenta que o tema, que envolve questões fiscais complexas, tenha sido levado à opinião pública de forma simplista e distorcida, mas reforça seu compromisso com a construção de consensos por meio do diálogo e continua aberto à empresa SOREIDOM, a fim de viabilizar a continuidade do empreendimento, desde que dentro dos limites legais e que preservem os interesses do povo amapaense.”
Seles Nafes
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