Por OLHO DE BOTO
Nos últimos dias, a Força Tática foi até o município de Calçoene, a 370 km de Macapá, reforçar e ajudar o 12º Batalhão do norte do Amapá a intensificar o policiamento na região para inibir o trânsito de armas, drogas e membros de facção foragidos.
Além da sede do município, a operação – ocorrida de 28 de julho a 4 de agosto – foi estendida à região de garimpo do Distrito do Lourenço, onde policiais montaram barreiras em estradas e na vila contra ações criminosas.
Durante esses dias, também, foi fiscalizado cumprimento ao decreto governamental de enfrentamento ao covid-19, com fechamento de estabelecimentos comerciais, bares e balneários. Houve flagrantes de festas clandestinas, recuperação de motocicleta roubada, apresentações de pessoas suspeitas na delegacia de Calçoene.
Mas foi uma ocorrência de tráfico de drogas que chamou a atenção da polícia durante a operação. Na madrugada desta quarta-feira (4), o distrito sofreu um apagão. Por conta disso era para reduzir a circulação de pessoas, mas a penumbra só fez aumentar a movimentação em uma casa verde, localizada atrás da Escola Estadual Antônio Gomes.
O imóvel era onde morava um casal que seria conhecido por amedrontar a população local para não serem denunciados. Mas, próximo de amanhecer o dia, a PM recebeu uma denúncia anônima sobre a movimentação no local, apontado como boca de fumo.
Quando militares da Força Tática e 12º Batalhão chegaram ao local, um pequeno grupo de indivíduos que estava ao redor da casa correu para dentro de uma mata. Uma mulher abriu a porta da casa verde e os policiais puderam avisar um homem correndo para dentro de um cômodo. Ele se jogou pela janela de um dos quartos, quebrando vidros e a madeira para tentar fugir. Em vão. A residência já estava totalmente cercada e ele foi rendido.
O homem foi identificado como o paraense Luís Felipe Souza de Souza, o Ribeirinho, de 27 anos. A mulher, esposa dele, é santanense do Amapá, Juliana Gonçalves Pereira, de 21 anos.
Ao revistar a casa, os militares encontraram, dentro do guarda-roupas do casal, um recipiente plástico com 50 porções pequenas e uma de tamanho médio de crack. O casal recebeu voz de prisão pelo flagrante.
Quando os policiais estavam escoltando os acusados para viatura, ouviram quando parentes de Ribeirinho e Juliana passaram a ameaçar, em voz alta, a vizinhança.
“Caguetas vão morrer”, teriam gritado. A PM não conseguiu identificar quem proferiu as ameaças. O casal preso foi apresentado por tráfico de drogas na delegacia de Calçoene.