Poder aquisitivo de empresário despertou ganância de funcionário, diz polícia

Herisson Franck Gonçalves chegou preso nesta sexta a Macapá. Foto: Olho de Boto/SN
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Por OLHO DE BOTO

Após uma caçada de mais de 14 horas, a equipe da Delegacia de Homicídios desembarcou no Aeroporto de Macapá, no início da noite desta sexta-feira (6), com o acusado da morte do empresário Milton Batista Rocha, de 68 anos, algemado.

Herisson Franck Gonçalves Lacerda foi preso no município de Vitória do Jari, à tarde, preparando sua fuga. Ele é o principal acusado do latrocínio (roubo e assassinato) de Rocha, que trabalhava no ramo de vidraçaria e era um dos empresários mais queridos do comércio de Macapá.

Franck chegou no avião Cessna 210 do Grupo Tático Aéreo escoltado pelo delegado Wellington Ferraz, que assumiu o caso desde que o corpo foi encontrado na casa que estava em reforma e para a qual o empresário pretendia mudar na próxima segunda-feira (9).

“Esse autor do crime era uma pessoa a quem a vítima acolheu nos últimos tempos, uma pessoa que o empresário conheceu por intermédio de um pastor amigo dele e que pediu emprego. Como o empresário estava reformando a sua casa, decidiu ajudar e contratou esse acusado para fazer serviços de acabamento na residência”, contou o delegado.

Delegado Wellington e a equipe da Homicídios trazem o acusado preso. Fotos: Olho de Boto

Contudo, ao longo da obra, o empresário demonstrou-se insatisfeito com a execução do serviço e reclamou da pintura e também porque o contratado estava pedindo dinheiro com muita frequência.

Segundo a polícia, o poder aquisitivo do empresário, que além de ser dono de uma vidraçaria, tinha imóveis alugados em Macapá, despertou a ganância de Franck. A vítima usava muitas joias em ouro, cobiçadas pelo acusado.

Milton Rocha era do ramo de vidraçaria

No último dia de serviço, quando o empresário foi acertar o pagamento final, acabou sendo assassinado. De acordo com o delegado, após as facadas, Franck retirou pulseiras e cordões do corpo e pegou uma quantia em dinheiro – que a polícia ainda não sabe ao certo quanto era, mas que estima em torno de R$ 10 mil.

Com os pertences e o dinheiro sendo levado na fuga, configurou-se o crime de latrocínio.

Rocha morava no Bairro Infraero, na zona norte, e queria se mudar para o Bairro Universidade, na zona sul.

Empresário foi morto a facadas

Ferraz disse à imprensa na chegada ao aeroporto, que Franck confessou aos policiais em Laranjal e não demonstrou nenhum arrependimento ou remorso pela vítima.

A caçada

Os investigadores levantaram o passado do acusado e descobriram que ele tinha origens em Laranjal do Jari.

Com a ajuda do serviço de inteligência da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco) – que possui recursos especiais de investigação – a Homicídios confirmou que Franck havia mesmo fugido para o sul do Estado.

Segundo a polícia, Herisson Franck não demonstrou arrependimento

Foi quando entrou em cena a equipe do delegado Rômulo, de Laranjal do Jari, que agiu rápido e encontrou Franck hospedado em um hotel na cidade vizinha de Vitória do Jari. Segundo a polícia, após descansar, ele planejava fugir, na manhã de sábado (7), para o município paraense de Almeirim.

Ainda no Jari, os delegados Wellington e Rômulo gravaram um vídeo e contaram como chegaram até o acusado. Veja:

Os policiais de Laranjal ainda encontraram Franck usando as joias da vítima e com R$ 4,1 mil em espécie.

A polícia ainda vai interrogá-lo para saber como se transportou para Laranjal do Jari. Mas a polícia acredita que ele fretou um carro particular. Ele já teria antecedentes criminais por estelionato.

Seles Nafes
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