Policial penal é condenado a mais de 24 anos de prisão e perda de cargo público

Elison Miranda foi alvejado durante a festa na comunidade de Macacoari, a 98 km de Macapá. Foto: Reprodução
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Por OLHO DE BOTO

Por homicídio cometido por motivo fútil e com uso de recurso que não deu chances de defesa à vítima – uma arma de fogo – o policial penal Glauber Trindade Gibson foi condenado pela morte do promotor de vendas Elison Miranda Cardoso, de 26 anos, morto com tiros durante uma tradicional festa do interior do Amapá, em 2019.

Além da morte de Elison, o policial penal também foi sentenciado pela lesão corporal a uma mulher que também estava na festa. Ela foi baleada, mas sobreviveu, diferente de Elison, que não resistiu. Por esses dois crimes, Gibson foi sentenciado a 24 anos e 7 meses de prisão em regime fechado.

O julgamento ocorreu na Comarca de Ferreira Gomes, município a 140 km de Macapá. A decisão foi do juiz Fábio Silveira Gurgel do Amaral. Além da dura pena, o magistrado não permitiu que réu recorra em liberdade e ele continuará preso.

Mas as penalidades não pararam por aí. Gibson também perdeu o emprego de policial penal. Isto ocorreu porque ele recebeu sentença acima de 4 anos de prisão, o que implica na perda do cargo público. Apesar disto, continuará a receber salário, pois os proventos só são suspensos após esgotados todos os recursos, conforme determina a legislação.

Velório de Elison foi marcado pela emoção e indignação

“No caso, além da pena em que o denunciado foi condenado ser seis vezes superior à estabelecida no artigo, há o fato que o crime somente foi praticado em razão de o réu portar arma de fogo, decorrente do seu cargo de agente penitenciário”, explicou o juiz Fábio Amaral.

Os crimes

A morte de Elison Miranda ocorreu no dia 27 de janeiro de 2019, no município de Itaubal, a 112 km de Macapá.

Segundo o inquérito criminal, os envolvidos estavam em uma festa, em meio a um grupo de pessoas na comunidade do Carmo do Macacoari, distrito de Itaubal, localizado a 14 km da sede do município.

O policial alegou no processo que agiu em legítima defesa, pois estava cercado por várias pessoas e foi agredido.

Agente exibiu ferimentos, à época para dizer que se defendeu

Mas, segundo a denúncia, durante a festividade, o policial penal passou a provocar Elison e seus amigos. A princípio, o promotor de vendas evitou confusão, e ofereceu uma latinha de cerveja ao policial, que, por sua vez, não gostou da gentileza e bateu na mão da vítima, derrubando a latinha no chão.

Indignado com isso, Elison teria desferido um tapa no pescoço de Glauber. E ele, em revide, sacou sua arma da cintura e, com intenção de matar, disparou várias vezes em Elison, que estava em meio à multidão e foi atingido com dois tiros, um no abdômen e outro na face.

Elison Miranda Cardoso, tinha 26 anos quando foi morto pelo policial penal na festa

Os disparos também acertaram duas mulheres que estavam na festa, uma delas foi Jaqueline, ferida no joelho. Já a outra mulher baleada na coxa não foi identificada.

Após os disparos, o policial penal fugiu levando consigo a arma que ele usava. Elison foi socorrido ao posto médico da cidade, mas não resistiu aos ferimentos.

Semanas depois do assassinato, o policial foi preso preventivamente e encaminhado ao Centro de Custódia do Bairro Zerão, onde deve continuar preso após condenação.

Seles Nafes
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