Por RODRIGO ÍNDIO
Uma reprodução simulada pode ser o ato final da Delegacia de Crimes Contra a Pessoa (Decipe) para esclarecer a morte do policial militar Luciano de Souza Ferreira, de 39 anos. Ele era cabo do Batalhão de Força Tática da PM do Amapá.
O procedimento técnico-científico, que teve a participação da esposa da vítima e outras cinco testemunhas-chaves, ocorreu nesta terça-feira (31), na casa onde o policial foi encontrado baleado e morto na manhã do dia 3 de agosto de 2020, na Rua Guilherme Coelho, Bairro Jardim Felicidade 2, zona norte de Macapá.
Durante algumas horas, os peritos da Polícia Científica e investigadores refizeram os passos de seis versões que estão sendo verificadas na apuração do caso.
A investigação do caso tem à frente o delegado Wellington Ferraz, da Delegacia de Homicídios. Ele justificou a reprodução simulada ao explicar que a cena real do fato foi adulterada, pelas pessoas que chegaram pela manhã no local e tentaram prestar socorro antes da chegada da perícia.
“Por conta disto, a gente precisou juntar algumas peças deste quebra-cabeças, neste sentido, a reprodução simulada de como tudo teria ocorrido. A gente retornando ao local do fato e refazendo no cenário todas as versões contadas, cada um com a sua realidade do que viu e observou no local vai nos ajudar a apontar como tudo ocorreu”, explicou o delegado.
A arma de onde teria partido o disparo foi encontrada ao lado do corpo, numa cena que sugeria suicídio. Entretanto, sem entrar em muitos detalhes técnicos, Wellington Ferraz disse que a possibilidade do policial ter tirado a própria vida está descartada.
“Pelo que nós já temos nas investigações, o suicídio está fora de cogitação, em razão de resultados periciais, a forma como o projétil atingiu o corpo, a distância do disparo. O suicídio está descartado”, afirmou.
As linhas investigativas que até o momento estão sendo levadas em consideração são de acidente ou homicídio.
“No momento do disparo. Estariam no quarto somente ele e a sua companheira, que diz não lembrar muito do que teria ocorrido em razão deles terem chegado em casa tarde após uma confraternização e teriam ido dormir”, informou o delegado.
Agora a polícia aguarda as conclusões técnicas da reprodução simulada para dar um direcionamento final à investigação. O resultado do procedimento deve sair entre 15 e 30 dias.