Antes de morrer com tiro, menino declarou amor pela mãe

Corpo de Yalisson foi velado nesta segunda-feira (20), em uma igreja do Bairro Marabaixo 4, onde ocorreu o crime, na zona oeste de Macapá.
Compartilhamentos

Por RODRIGO ÍNDIO

A cada tragédia que tira a vida de uma criança, diversos sonhos partem junto com ela. Como a maioria dos pequenos brasileirinhos, Yalisson Andrade de Moura, de 9 anos – morto com um tiro peito em meio à guerra de facções no Amapá no domingo (19) – sonhava em ser jogador de futebol.

Essa e outras lembranças dos sonhos de garoto provocaram ainda mais tristeza na família durante o velório, que ocorre nesta segunda-feira (20), em uma igreja da Assembleia de Deus, no Bairro Marabaixo 4, comunidade onde ocorreu o crime.

O cenário era desolador. Enquanto crianças, vizinhas e colegas de escola, olhavam o corpo do amiguinho no caixão, a avó materna conversou com o Portal SelesNafes.com.

Dona Benedita não quis aparecer, mas detalhou que nos dias de folga da mãe, o neto ia para seu terreno na área rural do Município de Porto Grande, a 100 km de Macapá. Ele adorava apanhar açaí com os tios. O vinho do fruto era sua refeição favorita.

Tristeza: crianças vizinhas e colegas de escola se despedem do amiguinho no caixão. Fotos: Rodrigo Índio/SN

Yalisson se destacava na escola por sua caligrafia bonita

“Ele gostava de estar lá, debulhar açaí, de juntar, gostava de sorrir, gostava de muita coisa, gostava de cantar, de dançar. Gostava de jogar bola e de estudar, era inteligente. Era da igreja. É muito triste, muito doloroso, a ‘perca’ de um filho”, detalhou, emocionada, a avó.

Mesmo com profunda dor, ela afirmou, de forma veemente, acreditar na justiça de Deus.

Mesmo bastante abalada, a mãe de Yalisson falou. Ela recordou que ele ainda se despediu dela após levar o tiro.

“Falou: ‘mãe, eu te amo’. Sempre me elogiava dizendo que eu era linda”, lembrou.

Velório ocorre em uma igreja da Assembleia de Deus

A professora do garoto, Estefanny Rodrigues, falou que foi um choque saber da morte do aluno. Ela garantiu que ele era uma criança tranquila, de poucas palavras e se destacava pela bonita caligrafia. Detalhou que Yalisson estava empolgado para voltar às aulas presenciais.

“Ainda estou pensando o que vou falar para as crianças na escola”, comentou a educadora, que ajudava no transporte do menino para a escola.

Polícia faz buscas pelo autor do crime

Às 12h só os pais estavam ao lado do caixão, numa cena dolorosa. O enterro será às 16h no cemitério São Francisco de Assis, na zona norte da capital.

As polícias Militar e Civil continuam intensas buscas para capturar o autor do tiro que matou Yalisson.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!