Por RODRIGO ÍNDIO
“Medo” e “insegurança” são as palavras mais utilizadas por moradores de bem que residem na Baixada do Ambrósio, comunidade na Área Portuária do município de Santana, a 17 km de Macapá. O local vem sendo utilizado constantemente para guerra entre facções na disputa por território para instalação de pontos de venda de drogas.
O pior de tudo é que ações criminosas estão levando inocentes à morte. A última foi a pequena Ana Júlia, de apenas 5 anos de idade, assassinada com tiro na cabeça na tarde de ontem (15).
Mesmo com receio, nesta quinta-feira (16), algumas pessoas decidiram sair de suas casas para dar um último adeus à menina, durante o velório, que foi marcado por extrema emoção, tristeza, revolta e indignação.
Ninguém quis se identificar, mas logo apontaram paredes das casas da região marcadas com buracos de tiros.
“Aqui ninguém tem paz, eles vêm a qualquer hora do dia, até encapuzados, amedrontam e tocam o terror aqui”, disse, chorando, uma moradora.
As residências agora ficam de portas e janelas trancadas. Imagens de cadeados fechados são o retrato do clima sobressaltado que tomou conta da comunidade. Os estabelecimentos comerciais só funcionam com as entradas acorrentadas.
“A UPC daqui não funciona, aqui não tem policiamento. A população de bem fica largada, fica presa em suas casas e os bandidos soltos. Eu fico escondido, passo do trabalho direto pra casa. Só Deus é por nós”, comentou outro morador.
A lei do silêncio também impera no local por parte de alguns moradores que mostram no olhar o pedido de socorro e buscam por mais policiamento no local.