Os sonhos e paixões da menina que falava em ser policial

Velório está sendo realizado numa igreja Assembleia de Deus. Menina dizia que seria ser policial
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Por RODRIGO ÍNDIO

A cena de um Policial Militar olhando fixamente e emocionado para o caixão da pequena Ana Júlia, de apenas 5 anos, é o extrato de violência no Amapá. Enquanto o acusado Flávio Ferreira Teodoro, de 18 anos, era apresentado na delegacia, onde confessou o crime após ser capturado pela Polícia Civil, o corpo da menina era velado em uma Assembleia de Deus, há poucos metros do local do assassinato.

A menina foi morta na última quarta-feira (15), ao levar um tiro na cabeça na Baixada do Ambrósio, Área Portuária do município de Santana.

A morte comoveu e chocou os amapaenses. Mesmo sendo um momento de dor, comoção, tristeza e indignação, a família falou brevemente sobre a rotina e os desejos da menina.

Segundo eles, Ana Júlia vivia sorridente. Amava açaí branco e brincava de gravar vídeos como se fosse uma ‘blogueirinha’. Seu sonho era ser policial para proteger a família.

Ontem, ela havia acabado de chegar da escola. Pegou dinheiro com os pais e foi comprar bolo, como fazia todas as tardes.

Velório reuniu moradores indignados com crime. Fotos: Rodrigo Índio

Momento em que a menina é atingida

Local onde Ana Júlia foi morta

Crime comoveu a todos

“Ninguém dormiu e a gente não para de chorar, nossa vida está sem sentido com esse crime brutal. Não tiveram dó nem de uma menina indefesa. Estamos indignados, queremos justiça, só isso”, disse um dos tios.

No velório, a população mostrava solidariedade com a família, que veio do interior de Mazagão. No local do crime ainda havia marcas de sangue e o garfo que Ana Júlia utilizava para comer o bolo.

O cortejo está marcado para às 17h com destino ao cemitério de Santana, e contará com homenagens.

Seles Nafes
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