Urina preta: mesmo sem casos suspeitos, PMM emite alerta a profissionais de saúde

Algumas espécies de pacu, dentre elas duas muito populares do Amapá, o Tambaqui e a Pirapitinga, estão nos relatos de consumo pelas pessoas que contraíram a doença. Foto: Divulgação
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da Secretaria de Saúde de Macapá, emitiu, nesta quinta-feira (9), um alerta de risco sobre a Síndrome da Haff, conhecida popularmente como “doença da urina preta”.

O alerta a que o Portal SelesNafes.com teve acesso, porém, é endereçado aos profissionais de saúde do município e instituições privadas de Macapá. O assunto também está sendo bastante comentado nas redes sociais.

Não há nenhum caso confirmado e sequer suspeito, nem em Macapá, nem no Estado no Amapá, para a doença.

No entanto, por conta do aumento de casos na Região Norte, notadamente no Estado do Amazonas, que registrou 55 casos neste segundo semestre, e, também, a partir de informações do jornal O Globo, de que um homem de 55 anos faleceu em Santarém (PA) na última terça-feira (7), com suspeita de estar com a doença, o sinal de alerta foi aceso para a doença. A urina preta seria, possivelmente, contraída após o consumo de alguns peixes de água doce.

“Os casos suspeitos devem ser confirmados de forma imediata. Compreende-se por caso suspeito, o paciente que apresente os seguintes sintomas: mialgia intensa de início súbito, com maior ênfase na região cervical e trapézio, dor nos membros superiores e/ou dorso, membros inferiores em causa aparente e com alterações de CPK”, diz trecho do alerta.

Nos 55 casos relatados no Amazonas, as pessoas teriam contraídas a doença após ter ingerido peixe. Fotos: Divulgação/FAS

O que é a doença da urina preta?

A Síndrome de Haff é uma doença rara, sendo observada pela primeira vez na região do Báltico em 1924. Ela se caracteriza pela rabdomiólise, que é uma lesão no músculo esquelético que leva a liberação de componentes intracelulares na circulação sanguínea que afetam, principalmente, os rins.

Em resumo, a rabdomiólise é um degradação do tecido muscular que libera substâncias prejudiciais no sangue. Por exemplo, halterofilistas estão sujeitos a rabdomiólise, pelo grande esforço muscular que fazem.

A doença não apresenta febre e suas principais características são a mialgia, que são dores espalhadas em todo o corpo e a mioglubinúria, a urina preta.

Contágio

Em 2020, pacientes no município baiano de Entre Rios e depois em Salvador, apresentaram os sintomas clínicos da doença. Assim como nos casos do Amazonas, em comum entre os doentes, tinha ocorrido o consumo de peixe nas últimas 24 horas.

Algumas espécies de pacu, dentre elas duas muito populares do Amapá, o Tambaqui e a Pirapitinga, estão entre as que foram relatadas como consumidas pelas pessoas que contraíram a doença.

Tratamento

O alerta emitido pela PMM aos profissionais de saúde, esclarece:

“A doença de Haff não possui tratamento específico, sendo assim diante de uma suspeita, é recomendado dosagem de creatinofosfoquinase (CPK) e transaminase glutâmico oxalacética (TGO) para que seja avaliado possível alteração; Observar a coloração da urina, caso esteja escurecida (cor de café), deve ser entendida como sinal de alerta, bem como o desenvolvimento de rabdomiólise, diante desta situação o paciente deve receber hidratação de 48 horas até 72 horas”, diz trecho do alerta.

Também há indicação para a não utilização de antibióticos. A síndrome de Haff tem cura, o que tem ocorrido na maioria destes últimos casos, no entanto é uma doença grave.

Seles Nafes
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