Acusado de ‘rachadinha’ em revista, Davi volta a dizer que não aceitará chantagem

Reportagem cita entrevistas com seis mulheres que teriam sido laranjas. Davi voltou a dizer que não aceitará chantagem
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

O senador Davi Alcolumbre (DEM) reagiu, por meio de nota, à matéria de capa da revista Veja que começou a circular nesta sexta-feira (29). O parlamentar afirma ter virado alvo de uma campanha difamatória e negou as acusações do semanário.

A matéria acusa Davi de ter autorizado a chamada ‘rachadinha’, prática de empregar pessoas e reter-lhes parte do salário. A revista afirma que as ‘laranjas’ teriam sido seis mulheres da periferia do Distrito Federal, supostamente nomeadas para receber salários que variavam de R$ 4 mil a R$ 14 mil. Uma das mulheres, por exemplo, teria afirmado que dos R$ 14 mil de salário, ficava apenas com R$ 1.350. O restante era devolvido ao então chefe de gabinete de Davi, Paulo Boudens, exonerado em 2020. 

Em seu posicionamento, Davi primeiro contextualiza os últimos acontecimentos políticos, relembra que já foi alvo de outra reportagem, fala em ameaça e depois refuta a versão da Veja.

“Venho sofrendo uma campanha difamatória sem precedentes. Há algumas semanas soltei nota à imprensa informando que não aceitaria ser ameaçado, intimidado e tampouco chantageado. Pois bem, além de repetir firmemente o mesmo posicionamento, acrescento que tenho recebido todo tipo de ‘aviso’, enviado por pessoas desconhecidas que dizem ter informações sobre uma orquestração de denúncias mentirosas contra mim”, diz o trecho inicial da nota do senador.

O senador diz estar sendo vítima de intolerância religiosa por ser judeu, e relembrou a reportagem que requentou um áudio de 10 anos onde ele supostamente concorda em ajudar financeiramente a ex-funcionária de um desembargador do Amapá.

Davi também relembrou da operação da PF que prendeu, na semana passada, o ex-deputado estadual e primo Isaac Alcolumbre (já libertado). O senador nega todas as acusações, e chama de ‘repudiável’ o confisco de salários.

“Na sequência, uma operação da Polícia Federal, iniciada em 2020 e com desdobramentos somente agora, em vários estados, onde apenas um nome foi citado e amplamente divulgado: o meu. Operação na qual não sou investigado. Agora, novamente, sou surpreendido com uma denúncia que aponta supostas contratações de funcionários fantasmas e até mesmo o repudiável confisco de salários”, diz.

Um dos alvos da operação foi o primo do senador, Isaac Alcolumbre. Foto: PF/Divulgação

“Nunca, em hipótese alguma, em tempo algum, tratei, procurei, sugeri ou me envolvi nos fatos mencionados que somente tomei conhecimento agora, por ocasião dessa reportagem. Tomarei as providências para que as autoridades competentes investiguem os fatos. Continuarei exercendo meu mandato sem temor e sem me curvar a ameaças, intimidações (…). É nítido e evidente que se trata de uma orquestração por questão política e institucional da CCJ e do Senado Federal”, concluiu a nota de Davi Alcolumbre.

No cenário político nacional, Davi está no centro de uma polêmica com forças bolsonaristas por ainda não ter marcado a sabatina do ex-ministro da Justiça, André Mendonça, ao STF. Esta semana, o senador divulgou a aliados que a sabatina ocorrerá até 15 de novembro, mas que já existem 50 votos pela rejeição do nome.  

Seles Nafes
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