Por SELES NAFES
Policiais civis que atuam na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa, onde fica a cidade de Oiapoque (distante 590 km de Macapá), viveram um momento inusitado, na tarde desta quarta-feira (13), durante perseguição a três homens que atravessavam imigrantes ilegais em uma voadeira que tinha como destino o Suriname. Os passageiros foram atirados no Rio Oiapoque e precisaram ser salvos pelos policiais.
Os agentes, sob comando do delegado Charles Corrêa, estavam na Operação Hórus quando receberam a informação de que um coiote conhecido da polícia iniciaria a travessia em uma voadeira com 12 passageiros.
“Ele escolheu a hora do almoço pensando que a gente estava almoçando, mas estávamos esperando”, comentou o delegado.
Policiais civis, a bordo da lancha ‘Flecha Negra’, empreenderam perseguição a voadeira. Os três coiotes a bordo começaram a atirar objetos de garimpo na água e foram mais além quando a lancha da Polícia Civil chegou mais perto.
“Disparos foram feitos, mas ele (piloto) não atendeu. De propósito, deu um cavalo de pau na embarcação e jogou todos os passageiros no rio. Alguns não sabiam nadar. Três coiotes nadaram para a beira para escapar da prisão. Abdicamos da prisão porque estávamos escutando gritos de socorro de pessoas quase afundando. Os sujeitos acabaram ganhando a margem do rio e a floresta”, comentou Charles Corrêa.
Os brasileiros foram resgatados e levados para o Ciosp de Oiapoque, onde fizeram o reconhecimento por fotos dos três coiotes. Um deles já cumpriu pena na Guiana Francesa por tráfico de drogas e armas.
O delegado informou que irá pedir a prisão preventiva dos três. A embarcação foi apreendida e ficará à disposição da justiça.
No fim de agosto, um naufrágio também com brasileiros, deixou pelo menos 18 desaparecidos, três mortos e quatro pessoas foram resgatadas com vida. Dois homens acusados de organizar a viagem por R$ 25 mil foram presos pela Polícia Federal e Bope.