História de professor: gêmeo frequentou aula no lugar do irmão por 1 mês

História inusitada ocorreu no município de Santana, a 17 km da capital do Amapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Nesta sexta-feira, 15 de outubro, comemora-se o dia dos professores, categoria tão admirada, mas nem sempre – devidamente – valorizada em nosso país.

O Portal SelesNafes.com conta hoje uma história inusitada que ocorreu no município de Santana, apenas uma das centenas de anedotas pitorescas que nossos mestres se deparam todos os dias na missão de educar nossas crianças e adolescentes.

O ano era 2018. Carliendell Magalhães, então professor de geografia da Escola Estadual Augusto Antunes, localizada no Centro de Santana e que leva o nome do fundador da Icomi, é quem narra o fato.

Um aluno do período da tarde e seu irmão enganaram, por algum tempo, em uma travessura juvenil, todos os seus mestres.

Tratava-se de um jovem introvertido, que não falava muito, daqueles conhecidos entre os professores por “ficar mais na dele”, acanhado.

Carliendell Magalhães é professor de geografia. Fotos: Arquivo Pessoal

No entanto, já quase no fim do ano, houve uma repentina mudança de personalidade do rapaz e colegas de sala começaram a notar: o jeito que se vestia, o comportamento, sapatos e uma bolsa diferente da que usava até então.

“Eu achei ele meio esquisito, mas a gente tem tantos alunos. E pesa muito o fato de quase ninguém da escola saber que ele tinha um irmão gêmeo idêntico. Então, nem passava pela nossa cabeça que algo desse tipo poderia acontecer”, relembrou Carliendell.

Carliendell: “ser professor é um privilégio, apesar de tudo”

Mas foi o que ocorreu. Os próprios colegas deram o sinal de que algo não estava normal. Por mais de um mês, o irmão gêmeo univitelino do aluno “verdadeiro”, frequentou as aulas em seu lugar. Fez prova e tudo.

“A princípio, todo mundo achava que era ‘doidisse’ dos alunos. Onde já se viu uma coisa dessas?”, sorri o professor, contando.

Professor se reinventa para continuar ensinando

A direção da escola o chamou, fez a indagação e acabou descobrindo a trama. Chegaram na casa dos alunos e o estudante que deveria estar na escola estava em casa vendo televisão.

Contado o pequeno golpe aos pais, eles não puderam fazer outra coisa senão admitir que os dois realmente aprontavam. Réus confessos, admitiram ter feito o que fizeram por diversão. O garoto que começou a frequentar as aulas no lugar do irmão inclusive, já havia terminado o seu ensino médio.

Relembrando o momento, Carliendell, que hoje sorri da situação, faz uma reflexão sobre o que significa ser professor para o mestre de geografia.

Carliendell é um professor muito querido pelos seus alunos

“Eu sempre digo que ser professor é um privilégio, apesar de tudo. Nós temos a oportunidade de conseguir mobilizar os pensamentos e os sentimentos da juventude. O professor, além de um divulgador científico, pode ser também um exemplo. Eu não escolhi ser professor, isso foi algo que aconteceu comigo, uma oportunidade, e tendo isso em mãos eu acabei abraçando e mergulhando de cabeça. Então, quando você se torna professor, a sua vida acaba sendo balizada pela profissão, quando eu vejo um filme, quando eu viajo, quando eu ouço uma música, inevitavelmente, eu faço um paralelo de como posso usar essas coisas com meus alunos, levar essas coisas pra eles, abrir certas portas que, talvez, eles não tivessem acesso por falta de referências”, enfatizou o professor.

Mestre diz para si mesmo e para todos os colegas: “Feliz dia dos professores”.

Carliendell é mais um da maior categoria profissional do Estado do Amapá, dos que acabam de reinventar-se nas aulas remotas durante a pandemia e que agora experimentam o retorno às salas de aula com o desafio de educar as crianças e jovens do Amapá.

O mestre finaliza dizendo para si mesmo e para todos os colegas: “Feliz dia dos professores”.

Seles Nafes
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