Por SELES NAFES
O mestre de obras José Lúcio da Silva, de 63 anos, foi condenado a 21,9 anos de prisão, em regime fechado, pelo assassinato da ex-companheira Karina Lobato da Silva, de 32 anos. O julgamento foi realizado ontem (15), ao longo do dia, no Tribunal do Júri de Laranjal do Jari, no sul do Amapá, cidade onde o crime ocorreu, em setembro de 2020.
No dia 6 daquele mês, segundo os autos do processo, José Lúcio havia saído de Macapá para Laranjal do Jari, ainda inconformado com a separação de Karina, que já tinha dois filhos de um primeiro relacionamento.
O mestre de obras foi até um comércio, comprou uma arma e vigiou o apartamento do namorado de Karina, no Bairro Cajari, até ter certeza de que ela estava sozinha. A vítima foi surpreendida quando ainda estava dormindo e foi golpeada até a morte. José Lúcio foi preso no mesmo dia, ainda em Laranjal do Jari, escondido no forro de uma residência.
Ontem à tarde, quando o conselho de jurados decidiu que José Lúcio é culpado, o juiz Davi Kohls, que presidiu o julgamento, deixou claro que o crime não teve consequências apenas Karina como vítima, mas também para os filhos dela.
“As consequências desse crime são muito graves porque ultrapassam a vida da Karina. Afetaram os filhos da Karina, que perderam a mãe, tiveram que mudar de lar e sem falar das consequências psicológicas”, ressaltou o magistrado.
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José Lúcio presta depoimento diante do juiz Davi Khols
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Quarto onde Karina foi morta
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José Lúcio e Karina
Apesar da defensora pública ter apresentado a tese de que houve luta corporal, o júri entendeu que Karina não teve chances de se defender e que o crime foi premeditado por José Lúcio a partir de sua saída de Macapá.
O fato de Karina ter morrido pela condição de ser mulher (feminicídio) e o motivo torpe foram outras qualificadoras que elevaram a pena para 21 anos, 9 meses e 10 dias de prisão.
José Lúcio também não poderá recorrer em liberdade. Ele, que é natural de Minas Gerais, já teve o pedido de liberdade negado várias vezes.