Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
A tradicional prática esportiva macapaense na Beira do Rio Amazonas, o futlama, agora é patrimônio cultural e imaterial de Macapá.
Nesta terça-feira (12), centenas de jogadores e jogadoras ocuparam a praia ao lado do Trapiche Eliezer Levy para disputar um torneio em comemoração à sanção da lei municipal.
Alzimar dos Santos, mais conhecido como Pompeu, é morador do Bairro Cidade Nova, na zona leste, local que concentra boa parte dos times de futlama da capital. Aos 34 anos, o trabalhador de embarcações diz que o esporte está faz tempo em sua vida.
“Nosso time joga junto há 14 anos, já fomos campeões de vários torneios, Jogo futlama desde moleque. Aqui, ao lado do trapiche, é melhor de jogar do que lá no lado no Jandiá, lá é mais liso e aqui tem mais areia. Goleiro sofre, porque vem muita lama na cara, mas você viu que eu acabei de agarrar uma. Às vezes, o time até perdoa a gente levar um gol porque sabe que é difícil”, contou Pompeu, o arqueiro do time Sirí, que ontem derrotou o Piraracu por folgados três a zero.
O torneio foi uma forma de entregar e comemorar a lei 2454/2021, de autoria do vereador Alexandre Azevedo (PP).
“No campo do esporte, nós detectamos o futlama que é um esporte que é praticado só aqui em Macapá, nas margens do Rio Amazonas, quando a maré seca. É algo só nosso e que é praticado há muitos anos. Quando nós pensamos no projeto, nós pensamos em um instrumento de inclusão social e também com a transformação dele em patrimônio cultural e imaterial do município de Macapá, dar oportunidade para a PMM não deixar que isso morra, que isso se perca”, declarou Alexandre Azevedo.
Presente no torneio, o prefeito de Macapá Antônio Furlan (Cidadania), jogou uma partida – segundo o mesmo na posição de centroavante – e estava contente, não só com a vitória, como com o torneio a sanção da lei.
“Você hoje valoriza um esporte que nasceu aqui, nasceu nas margens do Rio Amazonas. Várias crianças aprendem a jogar futebol na seca do rio. Então hoje, patrimônio cultural e imaterial, quando se falar em futlama nós vamos ter que correlacionar com Macapá, a partir de então você pode fomentar torneios, trazer turistas. Já pensou, dentro de um pacote de turismo uma partida de futlama?”, declarou Furlan.