Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA
A Polícia Federal no Amapá realizou, na tarde desta quarta-feira (20), coletiva de imprensa para divulgar o primeiro balanço da Operação Vikare, desencadeada em vários estados e com grande repercussão no Amapá.
O ex-deputado Isaac Alcolumbre está preso na sede da PF, na zona norte de Macapá, e passará por audiência de custódia na Justiça Federal. No Amapá, R$ 46 mil e US$ 11 mil (dólares) foram apreendidos. Somados, este valores chegam a R$ 101 mil, aproximadamente.
Além disso, no aeródromo que está no centro de toda a operação, localizado na zona rural de Macapá e que pertence ao ex-deputado, foram apreendidos, além de automóveis, cinco espingardas, uma pistola e 1.100 munições.
Rota do tráfico
A PF desencadeou a operação porque acredita que o Amapá e a pista de pouso localizada na AP-070, nas proximidades da comunidade Casa Grande, era o local onde aeronaves com drogas vinham de países como Colômbia e Venezuela.
A pessoa que está foragida no Amapá, inclusive, seria uma das responsáveis por auxiliar na parte da logística, ou seja, reabastecer os aviões e prepará-los – tirar seus bancos –, para o transporte de entorpecente.
“A investigação começou em maio de 2020, quando um avião em Calçoene, que caiu, foi encontrado. Investigou-se e se identificou que um outro avião buscou os passageiros, os pilotos e a droga que tinha sido levada até o local, daí se iniciou a investigação. Em novembro de 2020 uma dessas aeronaves veio pra Macapá, para esse aeródromo e saiu daqui com 450 de droga e foi pego no Pará, próximo à Paragominas, e daí começou a se fechar a investigação que o Amapá era a rota desse tráfico internacional de drogas e era utilizado aqui como apoio logístico, no fornecimento de combustível, por exemplo”, declarou o delegado João Paulo Bastos, coordenador de operações da PF.
Além do Amapá, a operação cumpriu 51 mandados de busca e 16 prisões. No total, R$ 702.982 e US$ 12.674 foram apreendidos. Não houve apreensão de drogas em nenhuma das diligências feitas.
Carros de luxo
Há bastante especulação acerca dos veículos de luxo que foram apreendidos no aeródromo. No entanto, a Polícia Federal não divulgou o nome do proprietário, mas indicou uma possível origem ilícita nos bens.
“Esse tipo de bem é utilizado para dissimular o origem ilícita do dinheiro e a gente vai apurar quem são os verdadeiros proprietários dele e uma vez comprovado que eles foram utilizados para dissimular esse capital ilícito, ao final das investigações será feita a representação pela destinação do bem, para leilão ou utilização de alguma força de segurança”, finalizou João Paulo Bastos.