Por SELES NAFES
O empresário Walmo Raimundo Maia Cardoso, de 56 anos, não chegou a passar uma semana preso. Procurado pela justiça e apontado pela Polícia Federal e Ministério Público Federal como a mente por trás de um golpe de R$ 11 milhões na Assembleia Legislativa do Amapá, o empresário morreu de covid-19. O falecimento ocorreu em maio deste ano, e no último dia 8 de outubro todos os processos contra ele foram extintos.
A decisão de extinguir a punibilidade de Walmo Cardoso foi do juiz Jucélio Neto, da 4ª Vara Federal Criminal, em Macapá, atendendo pedido do MPF feito no dia 2 de agosto. Os procuradores anexaram ao pedido o atestado de óbito do empresário, vítima de complicações decorrentes da covid-19.
Walmo estava foragido desde outubro de 2015, quando chegou a ser preso temporariamente na 2ª fase da Operação Créditos Podres, que teve como alvos ex-diretores da Assembleia Legislativa e sócios da empresa Sigma. A primeira fase tinha ocorrido em agosto do mesmo ano.
A empresa, contratada pela Alap, vendeu créditos inexistentes para que a Assembleia pudesse amortizar débitos com a Previdência Social. Depois de ter sido libertado para responder em liberdade, Walmo fugiu e só foi citado nos processos por meio de edital público após três anos de tentativas da justiça de intimá-lo. Mesmo assim, ele não apresentou defesa.
Em 2016, ano em que ocorreu a 3ª fase da operação, o empresário chegou a procurar o Portal SelesNafes.Com para entregar um dossiê, sem provas, onde citava membros da cúpula da Assembleia Legislativa como beneficiários do esquema. Ele deu uma entrevista ao portal, por meio de mensagens de texto ao longo de 3 dias, explicando como ocorreu o contrato com a prefeitura de Ferreira Gomes, no valor de R$ 2 milhões. Na mesma reportagem, ele disse que estava chegando a hora de se entregar.