Após ser selecionada pelo Edital Seu Portuga, da Secretaria de Cultura do Amapá (Secult), a cantora, compositora, artesã e ativista negra, Tani, lança nesta quarta-feira, 24, o EP “O que eu queria ter feito antes”, trabalho inédito e autoral, que estará disponível nas plataformas de streaming a partir das 18h. O trabalho conta ainda com o lançamento do vídeoclipe da faixa “Aval” que será lançado no canal do Saturação no Youtube, também às 18h.
O EP foi dirigido pelo músico Anthony Barbosa e teve a produção musical de Hian Moreira. “O que eu queria ter feito antes”, fala de um processo pessoal de (re) existência na ancestralidade, de renascimento, de autocuidado e de cura.
“A poesia é a chave mestra das minhas composições, revelando a intensidade de minhas vivências na mesma medida em que ressignifico meus traumas. Em um processo criativo, intuitivo e livre, carregando o peso e leveza dos meus sentimentos”, revela Tani.
Tani traz nesse EP um processo transparente sobre acreditar cada vez mais no seu potencial artístico, na sua evolução profissional e na construção acerca do seu pertencimento como mulher negra na sociedade e na música, traz o descobrimento da autoestima, o desapego da branquitude, e o florescer de si mesma.
Videoclipe
Junto ao lançamento do EP, Tani lança o videoclipe com a faixa “Aval” no canal YouTube Saturação, às 18h.
As participações especiais no clipe foram escolhidas minuciosamente trazendo a valorização da identidade preta e indígena em um trabalho caprichoso que é majoritariamente construído com artistas não brancos.
O que eu queria ter feito antes
O EP, traz cinco faixas autorais, “Intro”, a faixa de abertura traz uma leveza desmedida, o único instrumento presente é a sua voz, trazendo o que há de melhor nesse trabalho: o sentimento. A segunda faixa, intitulada “Aval”, mostra a força que há na sua vivência artística, relatando os processos de desprendimento da branquitude e o eu-lírico da canção demonstra as dores enfrentadas diante dos “nãos” já ditos pelo racismo e a vitória em superá-los no encontro com a ancestralidade.
Já em “Linha de limite”, mostra seu lado mais vulnerável, a música exprime um sentimento de angústia que a síndrome do impostor instiga e explica como é viver na beira do precipício da ansiedade e da depressão – causadas, mais uma vez, pelo racismo estrutural
“O que eu queria ter feito” é a faixa que anda de mãos dadas com o nome do EP, tem um ritmo alegre, com muitas percussões e inspirada no ijexá afro-brasileiro, a música fala sobre o desapego com o que já passou e a esperança do amanhã.
Já “Sorte”, é a faixa de encerramento, tem um ritmo animado, também com ijexá, fala sobre um amor outrora já correspondido, mas que perdeu a recíproca com o tempo.
Tani traz a religiosidade de matriz africana e a espiritualidade como um abraço em si mesma, no afeto, no cuidado, no próprio pertencimento. A música, a poesia, a espiritualidade tudo se conecta nesse trabalho. Seu espelho, seus guias, sua fortaleza a sua voz se torna tão intensa, que seu timbre ganha uma força descomunal.
O Projeto foi selecionado no EDITAL Nº 003/2020 – SECULT – CARLOS LIMA “SEU PORTUGA” – Seleção de Projetos Artísticos e Culturais.
Ficha Técnica
Direção Musical: Anthony Barbosa
Produção Musical: Hian Moreira
Seleção de Musicistas: Anthony Barbosa
Composição Musical: Tani Leal
Parceria Musical: Anthony Barbosa
Melodias: Tani Leal e Anthony Barbosa
Baixo: Nitai Santana
Bateria: Hian Moreira