Grupo na Ueap emitiu 62 mil diplomas em esquema fraudulento

Polícia Civil cumpriu três mandados de prisão nesta quinta-feira (4)
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Por RODRIGO ÍNDIO

A Polícia Civil revelou que o grupo criminoso que agia dentro da Universidade Estadual do Amapá (Ueap) fraudou a emissão de 62 mil diplomas num período de 7 anos, lucrando mais de R$ 20 milhões. O grupo era composto por funcionários públicos que tinham uma vida de luxo, segundo a polícia.

A informação foi repassada durante entrevista coletiva, nesta quinta-feira (4), que tratou sobre a 1ª fase da Operação Graduatio, que cumpriu pela manhã três mandados de prisão contra servidores da Ueap e 14 de busca e apreensão. Uma quarta pessoa foi presa em flagrante por portar munições.

A investigação teve início depois que a reitoria da Ueap enviou um relatório provocando órgãos como Polícia Civil, Ministério Público Estadual e Federal, para o que estava acontecendo. Em 7 anos, a Ueap deveria ter lucrado com o processo legal cerca de R$ 30 milhões, porém, só entraram nos cofres da instituição pouco mais de R$ 10 milhões.

Segundo o delegado-geral Uberlândio Gomes, a Ueap é credenciada junto ao MEC para dar autenticidade e registro de certificados de outras instituições privadas. Para isso, cobrava a taxa de R$ 70 pelo procedimento que é burocrático e lento. Para que houvesse rapidez e eficiência, pessoas e faculdades pagavam valores superiores ao grupo.

“Valores eram pagos a esses servidores da Ueap. A quantidade de certificados que até então levantamos é de em torno de 62 mil, e o quantitativo de servidores lá era insuficiente, por isso que eles contratam outras pessoas, montaram empresas laranjas para que elas pudessem fazer esse registro que é regular. O que é irregular é a forma célere pagando por fora”, disse.

Diplomas de cursos falsos

No esquema também ocorria a autenticidade de diplomas de conclusão de cursos superiores falsos no Amapá e em vários estados do país, como Mato Grosso, Goiás e Pernambuco, inclusive de quem nunca estudou. Quem contratou o serviço criminoso será penalizado.

“Um diploma desse não tem validade jurídica nenhuma. Quem falsificou responde por falsificação de documento público, quem inseriu dados falsos responde por falsidade ideológica, quem pagou responde por corrupção ativa, quem recebeu esses valores responde por corrupção passiva, e quem tá a frente dessa engrenagem criminosa responde por organização criminosa, que somado a todas essas penas pode se chegar a 56 anos”, acrescentou Uberlândio.

Delegado José Manoel Pacheco, da Decor: vida de luxo. Fotos: Rodrigo Índio

Documentos de faculdades particulares foram apreendidos

Durante o cumprimento dos mandados de busca…

Moto de servidor da Ueap foi apreendida

A operação está no início, mas já se sabe que houve casos de pessoas beneficiadas pelo grupo investigado que passaram em concurso público de forma irregular e devem perder o cargo.

Sobre o perfil dos presos, o delegado José Manoel Pacheco, da Divisão Especial de Combate à Corrupção (Decor), descreveu o que foi apurado e pode ser divulgado no momento.

“Nos encontramos residências luxuosas em condomínios fechados. São pessoas que há pouco tempo não tinham patrimônio considerável e hoje apresentam vários veículos e vários imóveis. Tudo de forma irregular”, detalhou.

As investigações continuam.

Seles Nafes
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