Policial acorda pra fazer o parto da própria filha

Bênção ocorreu no Bairro Ipê, zona norte de Macapá.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Poderia ser apenas mais uma noite de sono comum, não fosse o fato de que a pequena Isabele Lima Cardoso, agora com 12 dias, ter nascido antes do tempo previsto pelos médicos.

Acordado pela esposa, Maria do Carmo Sá, de 31 anos, o soldado do batalhão ambiental da Polícia Militar do Amapá, Felipe Rosa, teve que ter a calma e a tranquilidade para não perder o foco e ajudar no procedimento.

Maria contou que se levantou para ir ao banheiro e logo depois de voltar ao quarto, no Bairro Ipê, zona norte de Macapá, sentiu um desconforto. Chamou Felipe para que lhe acompanhasse e quando começou a vomitar, sua bolsa estourou. E o trabalho de parto foi bastante rápido.

“Eu não estava sentindo dor. Foi o tempo dele falar que ia fazer um café e eu ia trocar de roupa, que aconteceu. Não deu tempo. Foi aqui na cama mesmo. Eu tava trocando de roupa e, aí, sim, deu uma contração bem mais forte. Eu deitei para ficar mais à vontade, aí já tava vindo a cabeça”, contou Maria, babando a filhinha.

Isabele tietada por papai e mamãe. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

Isabele nasceu com 3.487 Kg e 48 centímetros

É o segundo filho do casal, que também tem o Davi de 1 ano e 10 meses, que também nasceu de parto natural, mas não tão rápido e não em casa como o da Isabele.

Felipe conta que não se pode puxar a criança de qualquer jeito, que há riscos e que ele teve paciência e lembrou dos aprendizados.

Felipe Rosa teve que ter a calma e a tranquilidade para não perder o foco e ajudar no procedimento

Isabela logo após o nascimento

“Não pode ser puxado só de uma vez, tem que ir manejando a cabeça dela. Tem que manter a calma na hora, se ficar nervoso, é pior, se torna bruto e pode quebrar alguma coisa da criança”, contou o policial.

Isabele chorou o choro da vida. Nasceu sadia, com 3.487 Kg e 48 centímetros.

A criança recebeu, então, os primeiros atendimentos do SAMU, o cordão umbilical foi cortado e a família foi levada para o Hospital da Mulher Mãe Luzia (HMML), no Centro de Macapá.

Com muito amor…

… novas histórias começam a ser escritas

A família, que mora no distrito macapaense do Bailique, localizado há cerca de 12 horas de viagem de barco pelo Rio Amazonas, havia sido precavida e se mudou para a sede da capital desde os sete meses de gravidez.

Talvez, uma boa reflexão que fique para um Dia de Finados como este: é que assim como a vida um dia chega ao fim e as pessoas partem, quando quer, a vida vem e novas histórias começam a ser escritas.

Enquanto a reportagem esteve com os pais, a criança dormia calmamente, mas interrompeu o sono para alguns bocejos gostosos de recém nascida e um sorriso meigo, como se já soubesse que está famosa pela pressa e pelo susto que deu no papai e na mamãe. Isabele voltou a dormir com os carinhos do pai, no colo da sua mamãe Maria.

Seles Nafes
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