Ueap: Investigação mostra como funcionava a ‘máfia dos diplomas’

Os dois principais acusados continuam presos, preventivamente
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Por SELES NAFES

O processo que tramita na 4ª Vara Criminal de Macapá, sob a batuta da juíza Délia Ramos, revela como funcionava o esquema que emitia e reconhecia diplomas de forma fraudulenta na Universidade Estadual do Amapá (Ueap). De acordo com as investigações da Polícia Civil, dois servidores do quadro da instituição, lotados em setores estratégicos, emperravam de propósito a tramitação dos pedidos de faculdades e cobravam uma ‘taxa de apressamento’.

Dos 14 investigados, entre servidores, empresários e outras pessoas, apenas os funcionários foram (e continuam) presos preventivamente a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público. Odenildo de Coelho Araújo e Maycon Willian Reais Dias teriam dado prosseguimento ao esquema mesmo depois de terem sido afastados dos cargos pela Ueap, em agosto, quando a instituição fez a denúncia que originou as investigações.  

Odenildo e Maycon chefiavam a Unidade de Registro e Controle (URC) e a Unidade de Diploma e Arquivo (UDA) da universidade. No último dia 4, os dois foram os principais alvos da Operação Graduatio, da Polícia Civil e Ministério Público Estadual. Em endereços ligados a eles, a polícia apreendeu relógios de luxo e veículos, entre outros bens.

Também estão sendo investigados a empresa Amanda Hortência dos Santos Araújo, Educap Consultoria Educacional Ltda, H.R. Assessoria Educacional Eireli, além de outras pessoas acusadas de serem laranjas ou intermediários. O grupo é acusado de desviar mais de R$ 20 milhões dos cofres da Ueap em sete anos de taxas.

Um dos veículos apreendidos no dia 4

Documentos de faculdades particulares foram apreendidos

A Ueap, assim como a Unifap, é autorizada pelo Ministério da Educação (MEC) a fazer o reconhecimento de diplomas e certificados de faculdades privadas.

Para que o processo andasse rapidez acima do normal, os servidores teriam cobrado R$ 70 por documento emitido. Cerca de 62 mil documentos teriam sido emitidos desta forma, alguns para cursos que nem existiam. O MP e a Polícia Civil ainda não esclareceram quantos diplomas poderão ser anulados ao fim do processo, mas muitos teriam sido usados por aprovados em concursos públicos.  

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