Defesa tenta liberdade de policiais presos por usar cartão de traficante

Advogado Charles Bordalo conseguiu relaxar flagrante de um deles por porte ilegal, mas todo o grupo permanece preso
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Por LEONARDO MELO

A defesa dos quatro policiais militares acusados e presos por invadir a casa, furtar pertences e usar o cartão crédito de uma traficante, deve entrar ainda nesta segunda-feira (20) com o habeas corpus visando a soltura.

Os militares, um tenente, um cabo e dois soldados, pertencem ao 6º Batalhão da PM. Eles foram presos no último fim de semana, depois que o juiz plantonista João Matos Júnior decretou as prisões, baseado em uma investigação da própria Corregedoria da PM. A decisão foi expedida na última sexta-feira (17).

O advogado dos militares, Charles Bordallo, explicou que quando os mandados foram cumpridos, a prisão de um deles, o cabo, ocorreu em flagrante sob acusação de porte ilegal de arma de fogo.

Mas a defesa esclareceu à Justiça que a arma, na verdade, era legalizada e havia sido adquirida de um policial penal, devidamente registrada. Por isso, a prisão em flagrante foi revogada. Contudo, o cabo permanece preso, pois a prisão preventiva pela acusação de furto à traficante permanece.

“Já obtivemos a primeira vitória, esclarecendo e relaxando a prisão em flagrante. Agora estamos preparando a defesa do HC para os quatro policiais”, comentou Bordalo.

 

A acusação

As prisões foram pedidas pela própria Corregedoria-Geral da Polícia Militar do Amapá. De acordo com o inquérito militar sobre o caso, no dia 9 de dezembro de 2021, a vítima, uma mulher com larga ficha criminal por tráfico de drogas e envolvimento com facção criminosa, afirmou estar trabalhando em um salão de beleza quando soube que a referida guarnição havia invadido a sua residência.

Ela contou à corregedoria que quando chegou na residência, a guarnição já havia saído, mas que teria deixado tudo revirado. Ela afirmou que sentiu falta de documentos pessoais, cartões de débito e a quantia de R$ 1.650,00.

Corregedoria solicitou prisões

A mulher então foi à corregedoria. Quando prestava a denúncia, em seu celular começaram a chegar notificações do Banco Mercado Pago, indicando tentativas de compra em seu cartão em um estabelecimento comercial próximo ao Conjunto Macapaba, na zona norte da cidade.

Depois, o dono do estabelecimento confirmou que policiais militares haviam tentado realizar compras com um cartão. A corregedoria teve acesso às imagens das câmeras de segurança do empreendimento, onde apareceriam os militares tentando utilizar o cartão de débito da denunciante.

Traficante

A PM não divulgou o nome da denunciante, mas confirmou que ela é uma conhecida traficante e é integrante da organização criminosa conhecida como Família Terror do Amapá.

Outra surpresa, é que no dia em que fez a denúncia, a polícia confirmou que contra ela estava um mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas. Por isso, logo depois do depoimento, ela também foi presa.

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