Por SELES NAFES
O depoimento dado à Polícia Civil do Amapá pela franquiada da Carmen Steffens, em Macapá, revelou a dinâmica dos golpes e um prejuízo calculado em pelo menos R$ 400 mil, segundo estimativa da própria empresa. Durante as investigações, um advogado chegou a ser preso em flagrante recebendo as mercadorias da loja.
A prisão ocorreu na noite de ontem (9), no estacionamento do Macapá Shopping Center, no Bairro do Trem. O advogado Lourran Cristian Alfaia Barros, de 26 anos, aguarda audiência de custódia para saber se responderá ao processo em liberdade. A delegada Áurea Viana, da Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos, pediu à justiça a quebra do sigilo telefônico dele, o que inclui o acesso a aplicativos de mensagens.
De acordo com depoimento da empresária, os golpes começaram em setembro deste ano. A loja começou a receber encomendas com valores vultosos. Entre os produtos comprados estavam óculos, sapatos, bolsas e outros artigos femininos. As ‘clientes’ pareciam ser mulheres jovens.
Todas as encomendas eram feitas pelo WhatsApp, e as mercadorias eram entregues assim que a compra era confirmada pela operadora do cartão de crédito. No entanto, algumas compras passaram a ser canceladas depois que os produtos eram entregues.
No último fim de semana, a loja desconfiou de novas vendas grandes para três ‘mulheres’ diferentes que estavam usando o mesmo cartão de crédito. Algumas compras eram de R$ 10 mil, R$ 7,1 mil e R$ 14,5 mil e R$ 20 mil. As mesmas pessoas tinham feito compras no último dia 3 de dezembro, com o mesmo cartão de crédito, de R$ 12,5 mil, R$ 7,5 mil e R$ 11,5 mil. Todos os valores eram parcelados. A gerente da rede, que possui 3 lojas no Amapá, mandou suspender a entrega das mercadorias e os funcionários passaram a receber ameaças.
Ontem, a loja decidiu liberar algumas mercadorias e a polícia foi avisada. O advogado Lourran Cristian, que embarcava mercadorias no veículo no estacionamento do shopping, foi preso em flagrante.
No pedido de quebra de sigilo, a delegada Áurea Viana deixou claro que o acesso ao celular dele é essencial para o inquérito, e que o “flagranciado apresentou três versões diferentes para o intento criminoso, chegando a propor para esta autoridade policial a não lavratura do flagrante, caso este relatasse o funcionamento do esquema fraudulento, bem como o nome das pessoas envolvidas, que tinha conhecimento”.
O Portal SelesNafes.Com tenta contato com a defesa de Lourran, que está sendo conduzida pelo advogado Alessandro Ayrton Gomes.