Projeto de lei sobre banheiros públicos é ‘transfóbico’, diz entidade

Conselho afirma que comunidade trans e de travestis já sofre com problemas de saúde e discriminação por falta de banheiros
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Por SELES NAFES

O Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT do Amapá reagiu ao projeto de lei do vereador Edinoelson Trindade (Pros), de Macapá, que proíbe a utilização de recursos públicos na construção de banheiros para a comunidade que se identifica como trans e travestis.

De acordo com o conselho, essa parcela da sociedade já sofre muito com a discriminação e problemas de saúde. Estudos apontam que 85% já pensaram em cometer suicídio e 55% já tiveram problemas de saúde por falta de banheiros públicos.

O conselho afirma que é inaceitável o impedimento de pessoas trans e travestis sob o discurso da defesa da família, quando 90% dos casos de violência contra crianças ocorre dentro de casa (Ministério dos Direitos Humanos) e 85,2% dos casos de violência sexual é praticada por héteros.

O conselho também lembrou que uma recomendação do Ministério Público do Amapá defende que os banheiros públicos sejam usados por pessoas trans e travestis de acordo com sua ‘identidade’.

Vereador falou sobre o projeto no quadro SNTV. Foto: Reprodução

“A Carta Magna de 88 e a 6° Resolução n° 12/2015 prevê a garantia do uso de banheiros, vestiários, além de que compete a União legislar sobre a proteção dos direitos de personalidade. É inconstitucional o projeto do vereador Edinoelson Careca (PROS) e transfóbico”, diz a nota de repúdio.

O projeto de lei deve ser votado após o fim do recesso parlamentar, no início de fevereiro.

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