Abandonados pelos pais e recrutados por facções são os que mais matam, aponta PC

Imagem da morte de Iranildo da Costa da Gama, de 18 anos, morto na frente da arena poliesportiva do Bairro Hospitalidade, em Santana, a 17 km de Macapá.
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Por RODRIGO ÍNDIO

Há 4 anos a 1ª Delegacia de Polícia de Santana realiza um trabalho de inteligência para mapear as organizações criminosas e seus integrantes que atuam no município, além das modalidades de crimes que realizam.

O levantamento aponta que, em decorrência disto, o número de elucidação de homicídios cresceu bastante nos últimos anos. Em 2020, por exemplo, foi elucidado 77% dos homicídios. Já em 2021 este número subiu para 81%.

O número referente ao ano passado retrata que ocorreram 60 mortes violentas na cidade, sendo 12 oriundas de confronto policial e 48 de autoria desconhecida. Desses crimes, 39 foram elucidados. Outros 9 continuam com investigação em andamento.

De acordo com o delegado Vítor Crispim, dos 48 homicídios de autoria desconhecida ocorridos na 2ª cidade mais populosa do Amapá em 2021, em 100%, o autor ou a vítima faziam parte de facções.

Delegado Vítor Crispim, da 1ª DP de Santana, é o responsável pelo estudo. Foto: Rodrigo Índio/SN

“No início, parte dos crimes foi motivada pela expansão do espaço por comercialização de drogas. Contudo, hoje ocorre em decorrência de disputa por poder”, detalhou Crispim, titular da 1ª DP.

Em muitos casos, autores de crimes também foram executados. Os perfis desses infratores demonstram que se tratam de jovens entre 16 e 21 anos, que entregam sua vida às lideranças de facções criminosas que cumprem penas elevadas no Iapen.

Segundo a PC, acompanhando a realidade nacional, esses jovens são a maioria: negros, com baixa escolaridade, abandonados pelos pais e criados por outros familiares. Eles são os que mais matam ou morrem.

Assim como as elucidações, os registros de homicídios em Santana cresceram e fizeram algumas pessoas inocentes como vítimas.

Assim foi com a pequena Ana Júlia morta com um tiro na cabeça na Baixada do Ambrósio, enquanto caminhava com um pratinho de bolo. Neste caso os dois suspeitos foram presos dias depois.

Pequena Ana Júlio foi morta com um tiro na cabeça

A participação da população é fundamental para que os crimes sejam elucidados.

“A Polícia Civil vem realizando esse trabalho, vem elucidando os homicídios e a gente conta com o apoio da população, que confie que qualquer denúncia que for realizada será mantida no mais absoluto sigilo”, concluiu Victor Crispim.

Qualquer denúncia pode ser feita pelo disk-denúncia da 1ª DP através do (96) 99181-7556.

Seles Nafes
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