Polícia acredita ter desvendado morte de cabo da Força Tática

Corpo foi encontrado em agosto de 2020. Inquérito, que já tinha descartado suicídio, também isentou a esposa de culpa
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Por OLHO DE BOTO

A Delegacia de Homicídios de Macapá (Decipe) acredita ter desvendado a morte de um policial militar, ocorrida em 2020. A esposa da vítima, que chegou a ser considerada a única suspeita, teve a participação descartada.

O cabo da Força Tática da PM, Luciano de Sousa Ferreira, de 39 anos, foi encontrado já sem vida após ter sido atingido por único tiro na região da mandíbula, na manhã do dia 03 de agosto de 2020. A morte ocorreu no quarto da casa onde ele morava com a esposa, no Bairro Jardim Felicidade, na zona norte de Macapá. As provas técnicas, incluindo uma reconstituição do crime, já haviam descartado a possibilidade de a vítima ter cometido suicídio, o que direcionou o caso para um provável homicídio.

Inicialmente, depois de que provas técnicas descartaram a possibilidade de um suicídio, a esposa da vítima passou a figurar como principal suspeita, mas, no decorrer das investigações, nenhuma prova indicando o envolvimento dela foi encontrada. Os resultados dos exames residuográfico e biológicos para saber se havia resíduos de chumbo e tecidos da vítima nas unhas dela, por exemplo, foram negativos.

Em depoimento, ela declarou que encontrou o marido morto pela manhã, e revelou que os dois haviam saído na noite anterior para uma confraternização e voltaram juntos para dormir. Ela disse que os dois haviam consumido muito bebida alcoólica.

O cabo Luciano tinha o costume de checar o armamento todas as noites, antes de dormir. Foto: Divulgação

Pela manhã, ela relatou que encontrou o marido caído e ensanguentado ao lado da cama, e com a arma próxima do corpo.

“Ela então, numa atitude de impulso teria pego a arma, colocado numa bancada, acionado um casal de amigos, um deles também militar e, logo em seguida acionado a polícia”, explicou o delegado Wellington Ferraz, referindo-se às alterações na possível cena do crime.

“O histórico do casal não era de brigas, eles viviam uma relação estável, nenhum vizinho próximo ouviu gritos de confusão ou qualquer tipo de briga do casal na noite que antecedeu o disparo, ela alega que estava muito bebida quando adormeceu e que nada escutou ao longo da madrugada”, acrescentou Ferraz.

Velório do policial que estava há 15 anos na corporação

Costume

O inquérito concluiu que o disparo fatal pode ter sido efetuado acidentalmente pelo próprio policial, que teria acionado o gatilho enquanto manuseava sua arma. Para fortalecer essa tese, testes feitos em laboratório não apontaram falha mecânica na pistola. Durante a perícia, ela foi jogada várias vezes contra o chão e não disparou em nenhuma das vezes. Ou seja, para ela funcionar foi necessário o acionamento manual do gatilho.

As investigações também confirmaram que o cabo tinha o costume de checar o armamento todas as noites antes de dormir.

Com a finalização das investigações, o inquérito agora será remetido ao Ministério Público do Estado. O delegado vai sugerir o arquivamento do caso.

Seles Nafes
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