Temendo envenenamento, policiais penais pedem afastamento de equipe de nutrição

Pedido foi feito pelo Sindicato dos Policiais Penais do Iapen à direção do instituto
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Por SELES NAFES

O Sindicato dos Policiais Penais do Amapá pediu o afastamento de toda a equipe de nutrição que estava de plantão no dia 4 de fevereiro no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá, dia em que foi presa em flagrante a nutricionista Letícia Kenya Kemmer Staut. Os policiais alegam que podem sofrer represálias pela prisão e apreensão, uma das maiores da história da cadeia.

O pedido do sindicato foi oficializado pelo presidente da entidade, Antônio Mesquita Machado. No ofício encaminhado ao diretor do instituto, o sindicalista pede o afastamento preventivo de um motorista que estava dirigindo a Fiorino que carregava celulares, drogas e munição; dos responsáveis pelo estoque e toda a equipe da cozinha.   

“O afastamento se faz necessário uma vez que o Grupo Polícia Penal poderá sofrer represálias (envenenamento da alimentação) frente a excelente atuação da guarnição Bravo com a quebra de mais um mecanismo de entrada de ilícitos para dentro da unidade prisional”, diz o ofício com data de ontem (7).

No último dia 4, depois de dias de monitoramento, as polícias Penal e Federal prenderam a nutricionista, que é funcionária terceirizada. Ela tinha sido filmada descarregando uma caixa que foi deixada na cozinha. Dentro haviam 50 celulares, 59 chips, 11 kg de drogas, além de uma arma e muita munição. No dia seguinte, ela teve a prisão flagrante transformada em preventiva na audiência de custódia. 

Ofício enviado à direção do Iapen citando possibilidade de represálias

Equipe da nutrição no dia 4 de fevereiro descarregando mercadorias

O Portal SelesNafes.Com apurou que entre 5 e 10 funcionários terceirizados atuam por plantão. Fontes do Iapen informaram também que há presos trabalhando na cozinha, e que no dia da prisão pelo menos dois deles foram vistos conversando com detentos de pavilhões.

“Como há outros presos que trabalham na cozinha, a categoria está com receio de se alimentar lá”, comentou uma das fontes.

“A direção do Iapen proibiu a entrada de caminhão com mercadoria (caixa e fardos) no cadeião. Dá um pouco mais de trabalho, em torno de uma hora pra descarregar e olhar caixa por caixa, fardo por fardo. Não temos pessoal e nem equipamento para checar tudo”, acrescenta outra.

A direção do Iapen ainda não se posicionou sobre o pedido. Além do pedido de afastamento, o sindicato solicitou à Sead e ao Iapen o pagamento de um auxílio alimentação para os policiais penais. 

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