Por RODRIGO ÍNDIO
Os vídeos coletados até agora pela Delegacia de Homicídios de Macapá, do momento em que um tenente é morto por um capitão da PM, não mostram a suposta ameaça da vítima ao atirador, conforme o acusado afirmou em depoimento nesta sexta-feira (25), ao se apresentar.
As imagens de duas câmeras mostram o Ônix branco do tenente Kleber Santos parando lentamente na esquina da Rua Odilardo Silva com a Avenida Cora de Carvalho, no Centro. Eram 7h26min. Aparentemente, o veículo já tinha sido atingido e o motorista já estava morto.
Antes, no entanto, não é possível ver se havia alguma janela abaixada para que a vítima pudesse ameaçar o capitão com uma arma, conforme ele assegurou em depoimento. O acusado também disse que a ameaça teria ocorrido quando os dois carros estavam emparelhados, posicionamento que os vídeos também não mostram.
A Ranger do atirador para atrás do Ônix. Veículos começam a desviar e outros dão marcha ré. O capitão desce da picape, se posiciona atrás do veículo e aponta a arma em direção ao Ônix. Ele também conversa e gesticula muito com motoristas que param ao lado dele.
Logo em seguida, um homem se aproxima do carro do tenente Kleber Santos, olha para dentro e abre a porta traseira, retirando o filho do oficial. Kleber Santos estava morto com um tiro na cabeça.
Mais cedo, o delegado Luiz Carlos disse que estava analisando esses e outros vídeos, testemunhos e perícia para determinar se pediria a prisão preventiva do capitão Joaquim Pereira.
Ainda no depoimento, o atirador declarou que não havia ocorrido nenhuma discussão de trânsito, e que não sabia porque o tenente tinha exibido uma arma pela janela do carro.
Ele também afirmou que deixou o local assim que viu a criança sendo retirada de dentro do carro. O capitão se apresentou espontaneamente 24h depois do homicídio, alegando que agiu em legítima defesa, e responde ao inquérito em liberdade.