Por OLHO DE BOTO e ANDRÉ SILVA
Um adolescente apreendido no dia 15 março, durante uma operação da Polícia Civil do Amapá, confessou a autoria do assassinato do motorista de aplicativo Ualax Bruno Almeida da Silva, de 28 anos, executado no dia 3 de março deste ano.
As informações a respeito do caso foram repassadas pela polícia em coletiva na manhã desta terça-feira (29).
Durante a prisão, os agentes apreenderam com o adolescente uma arma de fogo e uma quantidade de drogas.
O delegado Marco Skaliso, da Delegacia Especializada em Investigações de Atos Infracionais (DEIAI), revelou que a vítima não realizou a corrida por meio do aplicativo e sim de modo privado. Disse ainda que eles, tanto a vítima quanto seu algoz, se conheciam.
“Quero deixar bem claro que o evento criminoso tinha o objetivo de ceifar a vida do motorista. Não foi corrida pelo aplicativo, foi uma corrida privada. Apuramos também que o adolescente já conhecia o motorista, ou seja, não foi uma corrida aleatória, por isso descartamos latrocínio”, explicou o delegado.
Skaliso explicou que uma mulher, que teria ligado para o motorista solicitando a corrida, também já foi ouvida. Ela está indiciada no inquérito e pode responder pela coautoria dos crimes que seriam, a execução do motorista e tentativa de homicídio contra o amigo da vítima que sobreviveu ao ataque,
“Ela foi utilizada como isca. Ela ligou para o motorista, só que na verdade, ela não entrou no carro. Entraram o adolescente e esse outro suspeito, que o delegado Celso vai continuar investigando. Nesse trajeto, eles foram conversando – como já se conheciam – até momento que o adolescente pediu pra dar uma parada na Avenida Terra [Bairro Jardim Marco Zero], e foi o momento que ele mandou o motorista e o passageiro descerem do carro”, narrou o delegado.
Ao descerem do veículo, o adolescente efetuou quatro disparos contra Ualax Bruno e ainda atirou duas vezes em direção amigo da vítima, que só sobreviveu, segundo o delegado, porque colocou os braços na cabeça.
Segundo o delegado Celso Pacheco, da Delegacia de Crime Contra o Patrimônio, que iniciou as investigações, quando se acreditava que o crime seria um latrocínio, além do adolesce, existe uma segunda pessoa que o acompanhava durante a viagem. A polícia continua buscando pistas do paradeiro dele.
Quanto à motivação, o delegado preferiu preservar essa informação. Justificou que se trata de elemento ainda a ser apurado e requer cuidado porque pode representar riscos para a família da vítima.
“Atrás de tudo isso tem uma família e que nós precisamos preservar. Podemos dizer que já existe também outras investigações ocorrendo no município de Santana, que estamos esperando concluir para que a gente possa, realmente, nesse segundo passo do inquérito, informar essa motivação”, justificou Pacheco.
O caso
No dia 3 de março, o motorista de aplicativo Ualax Bruno Almeida foi morto com quatro tiros, em uma região periférica do Bairro Jardim Marco Zero, em Macapá, depois de fazer uma corrida de Santana até o local do crime. Depois de matar o motorista, o adolescente usou o carro para fugir do local, segundo a polícia.
Três dias depois, o veículo foi encontrado na posse de um ex-detento identificado como o Roberto Marques Teixeira, de 28 anos. Ele responde pelo crime de receptação. Segundo investigações ele não participou da execução do motorista.