Disfarce de PM, armas de verdade e de brinquedo: bando planejou roubar grande valor

Caso ocorreu na madrugada desta quarta-feira (9), na zona rural de Ferreira Gomes, município a 135 km de Macapá
Compartilhamentos

Por RODRIGO ÍNDIO

A Polícia Militar do Amapá identificou todos os criminosos que aterrorizaram uma família no interior do Amapá durante uma tentativa de roubo a residência, na madrugada desta quarta-feira (9). O caso ocorreu zona rural de Ferreira Gomes, município a 135 km de Macapá.

Segundo o Batalhão de Operações Especiais (Bope), o bando era composto por um adolescente de 17 anos e 3 adultos, sendo dois homens e uma mulher que tiveram o assalto frustrado por policiais militares do 7º Batalhão. Os militares cercaram o imóvel antes da saída dos bandidos.

O caso ganhou grande repercussão porque a mulher, identificada como Maria Euclina Nascimento Santos, a Duquesa, de 24 anos, fez transmissões ao vivo pelo Facebook no momento nas negociações que duraram a madrugada inteira, até os criminosos liberarem os reféns e se entregarem, no início da manhã.

Antes disso, porém, um dos criminosos, Bruno Gemaqui Magave, de 34 anos, que já respondia por roubo e tráfico de drogas, conseguiu ludibriar a dona da casa disfarçado de policial militar.

Com um suposto fardamento da polícia local e colete balístico da PM do Pará, ele convenceu a vítima a destrancar a casa para que o bando entrasse pela porta da frente. Junto com Bruno e Duquesa, entraram o adolescente e Renato da Silva Balieiro, de 36 anos, que tem antecedente por tráfico de drogas.

Polícia investiga procedência de informe e colete usados por Bruno Magave

Suspeita é de que grupo tenha participado de outros assaltos

Armamentos

Segundo o tenente Willian Leite, negociador do Bope, os quatro integrantes estavam com 5 armamentos, sendo dois letais (revólveres) e três não letais que são réplicas de fuzis e de uma pistola. Os armamentos teriam sido obtidos em outros crimes ocorridos em Macapá.

“Quando nós chegamos, visualizamos armas longas, o que nos deixou bastante preocupados. Depois descobrimos que eram armamentos de airsoft [esporte de ação que simula situações de combate com munição não letal]. Essas armas de airsoft teriam sido roubadas no assalto à casa de um médico. Eles tinham, também, dois revólveres, armamentos letais, sendo que um deles foi roubado de uma empresa de segurança no início do ano”, revelou o oficial do Bope.

Além das armas verdadeiras e falsas, os criminosos usavam coletes balísticos e capuzes.

Negociações

A longa negociação foi conturbada por vários fatores. Um deles foi a live feita por Duquesa no seu perfil no Facebook. Os amigos’ davam “conselhos” que tornavam a conversa com o negociador ainda mais tensa.

“Mostrem que vcs não estão pra brincadeira”, incentivou um deles.

“Se meterem o pé vamos matar os reféns”, respondeu Duquesa.

Outro fator foi que os bandidos estariam embriagados. Um deles, inclusive, apareceu na transmissão ao vivo bebendo uísque. Por conta do estado alcóolico, os bandidos começaram a divergir sobre se render ou matar os reféns.

Negociador do Bope, William Leite: armas longas preocuparam

Equipe que atuou nas negociações que terminaram com a libertação dos reféns

Motivação

Segundo o tenente Willian Leite, todos os criminosos são de Macapá. A polícia acredita que teriam se deslocado até o interior motivados por uma informação privilegiada, de que a família supostamente guardava um grande valor no imóvel – o que não se confirmou.

Em uma das transmissões de Duquesa, um dos bandidos aparece revirando cômodos da casa, como se estivesse em busca de algo específico.

Os bandidos se entregaram por volta das 8h, depois de mais de seis horas de negociações.

A Polícia não soube precisar a origem da farda da PM utilizada por um dos bandidos e nem a do colete da polícia paraense. Ao que tudo indica, os bandidos integram uma facção criminosa.

Seles Nafes
Compartilhamentos
Insira suas palavras de pesquisa e pressione Enter.
error: Conteúdo Protegido!!