Idoso doou sangue 200 vezes e salvou 800 vidas: “dever cumprido”, avalia

Claudovil Barroso de Almeida, de 70 anos, conversa com jovem doador. Foram 50 anos de doação
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Por RODRIGO ÍNDIO

Um legado de grandeza marcado por gestos que ajudaram a salvar mais de 800 vidas. Foram em torno de 200 doações de sangue em mais de 50 anos. Esta é a inspiradora história de seu Claudovil Barroso de Almeida, que este mês completou 70 anos e agora encerra um ciclo.

Vindo da localidade de Arapixi, em Chaves (PA), sua trajetória como doador de sangue teve início aos 18 anos quando sua sobrinha precisou fazer uma cirurgia. Ele, prontamente, ajudou a salvar a vida dela e passou a encarar o ato como uma ‘missão divina’.

Em 1977, chegou em Macapá para acompanhar o pai que veio trabalhar. Era a chance de seguir sua incumbência como doador. Em 1978, começou a doar no antigo Hemocentro atrás da Maternidade, tornando-se um dos primeiros doadores do atual Instituto de Hematologia e Hemoterapia do Amapá (Hemoap). Para se ter uma ideia, nas últimas cinco décadas fez quatro doações ao ano no período de três em três meses.

Entretanto, como a doação de sangue só pode ser feita por pessoas com no máximo 69 anos de idade, no começo do mês de março, dias antes de fazer seu septuagésimo aniversário, seu Claudovil realizou a última doação da vida. A beneficiada foi a própria esposa que passaria por uma cirurgia e agora está bem.

“O sentimento é de dever cumprido com a vida do meu próximo. Deus me direcionou para ser um doador e rigorosamente consegui fazer isso a minha vida toda”, disse.

Idoso ficou emocionado…

…antes de ser homenageado. Fotos: Rodrigo Índio/SN

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Agora, sem poder doar, ele usa o seu belo exemplo para incentivar outras pessoas a praticarem o ato. Na última quinta-feira (31), ele conheceu o Klivison Araújo, de 19 anos, que estava doando pela primeira vez. O jovem ouviu atento aos conselhos de seu Claudovil.

“Pretendo seguir o exemplo dele porque sempre tive vontade de doar sangue, mas nunca tive como vir aqui. Quero ajudar salvar vidas”, declarou o estudante.

Seu Claudovil foi homenageado pela direção do Hemoap em uma cerimônia realizada no auditório do instituto e não conteve a emoção.

“Choro de emoção. Peço que as pessoas venham aqui no Hemoap, muitos precisam e sempre têm poucos doadores. Você além de ter um gesto bonito, terá qualidade de vida. Um dia você doa, no outro pode precisar. Pense nisso”, finalizou.

Klivison, de 19 anos, ouviu os conselhos do idoso

Elmira, da Captação de Sangue do Hemoap

O Hemoap é responsável por abastecer todas as unidades hospitalares públicas e particulares do Amapá e, atualmente, está com estoque crítico para todas as tipagens sanguíneas.

Critérios para doar sangue:

• Pesar acima de 50 kg;
• Ter idade entre 16 e 69 anos;
• Estar em boas condições de saúde;
• Não ter testado positivo para covid-19 nos últimos 30 dias;
• Não ter apresentado sinais ou sintomas de gripes nos últimos 14 dias;
• É importante estar descansado e bem alimentado antes de realizar a doação. Os intervalos de tempo para doação de sangue são de 60 dias para homens e 90 dias para mulheres.

“Para qualquer dúvida ou orientação, as pessoas podem nos procurar no WhatsApp (96) 988110200 que você pode mandar mensagem”, destacou Elmira Melo, chefe do setor de Captação de Sangue do Hemoap.

Seles Nafes
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