Por ANDRÉ SILVA
Racionamento, bombas sem pressão e água suja nas torneiras. É esse o cenário da crise hídrica que os moradores do Conjunto Habitacional Macapaba, na zona norte de Macapá, enfrentam há quase um ano.
Eles farão uma audiência pública na próxima sexta-feira (27) com autoridades para tentar estancar o sofrimento.
Abimael de Sousa, de 51 anos, é síndico da quadra 14. que tem 185 apartamentos. Ele disse que dos quatro anos que mora no conjunto, em apenas um, o líquido não faltou nas torneiras.
“Todo dia falta água”, protestou o síndico.
Segundo ele, algumas bombas já queimaram e foram substituídas, e foi nessa última substituição que a pressão nas torneiras caiu de forma drástica, ao ponto do líquido não chegar nos apartamentos dos terceiro e quarto andares de todos os blocos.
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Abimael de Sousa: “Todo dia falta água”. Fotos: André Silva/SN
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Segundo a Caesa, Macapaba posui dois sistemas isolados…
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… que são independentes
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Imagem fornecida por morador mostra água suja que sai das torneiras
O síndico explicou que há quase de um ano eles enfrentam racionamento. As bombas deveriam ligadas às 5h, mas a água só chega na torneira às 7h. Já à tarde os motores deveriam ser ligados às 16h, mas o líquido só aparece às 18h.
“Acho que eles [técnicos da Caesa] levaram as bombas boas e trouxeram as que não prestavam porque até então o problema não foi resolvido. Aqui nosso maior problema começou depois que começaram a racionar a água. O sofrimento é intenso. O dia inteiro a gente fica sem água aqui”, reclamou o síndico.
O almoxarife Ademir Correa, de 40 anos, é síndico da quadra oito. Ele apontou que outra causa para água chegar fraca às torneiras, seriam as construções irregulares de estabelecimentos comerciais e os lava-jatos que se espalharam nas redondezas do conjunto.
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Segundo morador, construções irregulares…
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… e descontroladas de estabelecimentos comerciais e os lava-jatos…
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… fazem a água chegar fraca nas torneiras
Além disso, ele alega que os moradores pagam a taxa e que o racionamento é um crime.
“Sempre pagamos a água aqui e não temos uma qualidade. É uma água que vem suja, turva com muito ferro e a gente não vê nenhum tratamento nela. A gente quer que isso seja resolvido. Os moradores precisam de água 24h. Pagamos por isso”, disse o morador.
A Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) informou que as duas fases do habitacional Macapaba possuem sistemas de distribuição de água isolados e independentes entre si.
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Ademir: “Os moradores precisam de água 24h. Pagamos por isso”
Portanto, no Macapaba 1 a distribuição de água ocorre sem racionamento, porém no período de 10h às 13h, há uma parada diária para recuperação dos níveis do reservatório. Caso algum apartamento não receba o serviço por maior período, deve entrar em contato com o atendimento da Companhia para solicitar a verificação pontual de seu ramal.
No Macapaba 2, o racionamento acontece diariamente em virtude da operação com uma bomba provisória de menor capacidade, após a danificação do equipamento ‘titular’. Contudo, a compra de um novo já foi realizada e a expectativa é de que chegue ao estado para instalação na primeira quinzena de abril.