Alunos e professores vítimas de arrastão em escola fazem ato por segurança

Crime ocorreu na semana passada, na Escola Estadual de Tempo Integral Jesus de Nazaré, na área central de Macapá.
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Por RODRIGO ÍNDIO

Após serem vítimas de um arrastão na última sexta-feira (22), alunos e professores da Escola Estadual de Tempo Integral Jesus de Nazaré, na área central de Macapá, realizaram um ato pacífico por mais segurança dentro da instituição de ensino. A manifestação ocorreu na manhã desta quarta-feira (27).

Com gritos de ordem e cartazes, eles saíram da frente da escola, seguiram pela Rua Hamilton Silva até chegar na Avenida FAB, onde está localizada a Secretaria de Estado da Educação (Seed) e outros prédios da administração pública.

Pânico

No dia do roubo, três criminosos armados com terçados e uma arma de fogo levaram celulares e outros pertences de alunos e professores. Um dos bandidos é ex-aluno da escola.

Houve gritaria e desespero. Alunos pularam o muro da instituição para fugir da ação dos marginais. O caso teve grande repercussão.

Com gritos de ordem e cartazes…

… eles seguiram pela Rua Hamilton Silva …

… até a Secretaria de Estado da Educação

… onde protestaram por mais segurança. Fotos: Rodrigo Índio/SN

Consequências

Segundo o professor Wylhame Dias, a ação criminosa gerou pânico, medo e insegurança na comunidade escolar. Para ele, apenas o monitoramento de câmeras não inibe ações delituosas dentro da instituição.

“Estamos mobilizando a escola para que os órgãos responsáveis pela educação possam tomar medidas de segurança física para que possamos ter estabilidade novamente”, disse.

Professor Wylhame Dias diz que a ação criminosa gerou pânico, medo e insegurança na comunidade escolar

A estudante do 2° ano do ensino médio, Eduarda Lobato, de 16 anos, vivenciou o ocorrido. Ela já era traumatizada porque já havia sido assaltada em via pública outras duas vezes. Depois do arrastão, vive sobressaltada.

A aluna classificou como descaso do poder público a situação da insegurança na escola.

Eduarda Lobato: “A gente não aguenta mais. Viemos dar um grito contra esse descaso”

“A gente não aguenta mais. Viemos dar um grito contra esse descaso. Gente, não é normal roubar, não, principalmente em escola, então, não podemos deixar isso no esquecimento. Queremos ser ouvidos, queremos solução, queremos segurança, queremos aprender, queremos viver”, falou.

Sandra Silva é mãe de uma aluna e fez questão de também participar do ato. A servidora pública conta que teve um susto ao receber a notícia do arrastão e cobra medidas.

Sandra Silva: “Queremos ser ouvidos, queremos solução, queremos segurança”

“Como nós pais temos o dever, e somos cobrados para que nossos filhos estejam na escola, também queremos que, da mesma maneira, o Estado cumpra seu dever com relação aos nossos filhos na escola. Queremos policiamento nos arredores e na escola. São vidas, são jovens, que bem educados trarão um futuro melhor para o nosso país”, destacou.

O grupo também reforçou que o retorno de vigilantes na escola poderia coibir os bandidos.

Militares do Batalhão de Trânsito e do 6° Batalhão auxiliaram a manifestação preventivamente

Militares do Batalhão de Trânsito e do 6° Batalhão auxiliaram a manifestação preventivamente e no controle do trânsito durante o trajeto até a FAB.

O responsável pelo policiamento escolar na área disse que as atividades estavam suspensas por conta do efetivo e pelas aulas serem virtuais. Hoje, o trabalho foi retomado após ordem do comando geral.

Alunos participaram em peso …

… da manifestação

Seed

A Seed informou que os patrulheiros da vigilância eletrônica reforçaram a supervisão na Escola Jesus de Nazaré. A pasta reforçou, em nota, que a escola tem monitoramento eletrônico 24h durante os 7 dias da semana, com o objetivo de acompanhar todos os alarmes, imagens e controles de entrada e saída das instituições. Além disso, também há rondas de segurança feitas por patrulheiros motorizados em todas as unidades monitoradas, segundo o órgão.

“A secretaria entregou as imagens das câmeras de segurança à Polícia Civil, que já investiga o caso, bem como articulou junto a Polícia Militar a intensificação no policiamento escolar. A Seed presta auxílio aos estudantes e servidores da instituição. Eles estão sendo acolhidos com acompanhamento socioemocional pela equipe do programa Educação para a Paz (Epaz) e apoio psicológico do Centro de Valorização da Educação (Cveduc)”, traz a nota.

Seles Nafes
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