Por RODRIGO ÍNDIO
Uma ação da Polícia Civil de Oiapoque resultou na apreensão de uma embarcação de 12 metros, superlotada com 29 pessoas, sendo 13 cubanos, 14 brasileiros, 1 colombiano e 1 somaliano, na madrugada deste sábado (16).
A embarcação de “coiotes” estava vindo do Suriname, passou pela costa oceânica francesa e tentava entrar de forma irregular no Brasil.
A abordagem ocorreu por volta de 3h40, numa ilhota conhecida como Bico do Papagaio, localizada de frente para o oceano numa área que fica a 2 horas de viagem fluvial da sede do município de Oiapoque, a 590 km de Macapá. Os policiais utilizaram óculos de visão noturna para avistar a embarcação, após 5 horas de campana.
Os ocupantes disseram ter enfrentado bastante maresia. Segundo a polícia, muitas pessoas já morreram tentando fazer esta travessia.
De acordo com o delegado Charles Corrêa, foram apreendidos 20 kg de mercúrio – composto químico utilizado em garimpos clandestinos.
O que também chamou a atenção foi que entre as pessoas estavam duas crianças, sendo uma cubana e outra brasileira, sendo ambas de 1 ano e 4 meses de idade, além de um padre cubano.
Uma catraia que serve como táxi também foi apreendida. As passagens para esse transporte custam em média 450 dólares para estrangeiros e 350 euros para brasileiros, segundo a PC.
“É comum esse apoio de catraia. Os caras vão pra lá 4h da manhã, vão pra lá pra fazer o transbordo desses passageiros para eles entrarem em Oiapoque desapercebidos, como se fossem passageiros que pegaram em São Jorge e vão pro Oiapoque. Quando vi essa catraia lá longe do Oiapoque 2h de viagem, não teve outra. Ainda quis mentir [o piloto], mas não teve como, a gente viu o celular dele lá e associado aos coiotes, foi preso também e vai perder a catraia dele com motor”, detalhou o delegado.
Todos foram levados para a delegacia de Oiapoque. Foram identificados crimes de imigração ilegal, atentado contra a segurança do transporte marítimo e fluvial, associação criminosa e crime ambiental de transporte de substância nociva sem as formalidades legais.
A ação policial faz parte da Operação Hórus, que é financiada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública nas fronteiras brasileiras.