Em 2º dia de operações, prefeito é afastado por fraudes e pagamento de ‘mensalinho’ a vereadores

Prefeitura de Porto Grande foi alvo de três operações em menos de 24h
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O prefeito de Porto Grande, cidade a 105 km de Macapá, José Maria Bessa (PDT), foi afastado do cargo a pedido da Polícia Federal e por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF). O afastamento foi um dos mandados cumpridos na Operação Mensário, a terceira em dois dias na mesma cidade e tendo como alvo a prefeitura.

Os mais de 40 policiais cumpriram 14 mandados em residências, empresas, gabinete do prefeito, sala de servidor, Secretaria de Educação, Secretaria de Saúde e na Câmara de Vereadores.

Um vereador que não teve o nome divulgado foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo durante cumprimento de mandado na casa dele. Na residência de Bessa, os policiais apreenderam duas armas de fogo com registros vencidos, além de US$ 2,3 mil (cerca de R$ 11,5 mil), mídias e documentos. O TRF ainda aplicou multa de R$ 20 mil ao prefeito que deverão ser pagos no prazo de 72h. Ele também está proibido de acessar prédios municipais.

Policiais foram nas casas de vereadores e servidores. Fotos: PF/Divulgação

A operação é derivada das duas operações de ontem (27) que investigam irregularidades na construção do estádio de futebol da cidade e na compra de merenda escolar com direcionamento de licitação e fraudes na entrega dos alimentos à Secretaria de Educação. De acordo com a PF, notas fiscais eram fraudadas para atestar que a merenda era entregue.

A polícia afirma que há indícios de que o prefeito cometia os crimes com a participação de secretários, ex-secretários e um pregoeiro direcionando as licitações para empresas de confiança. Sem a entrega dos alimentos para as escolas, diz a PF, o dinheiro era desviado pelos gestores.  

Armamento encontrado na casa do prefeito

…e na casa de um vereador

Saúde

As investigações apontam que esquema parecido ocorria na Secretaria de Saúde com a compra de medicamentos com uso de notas fiscais frias. As notas simulavam a compra de remédios, “gerando pagamento a determinado empresário, o qual não entregou medicamento algum à prefeitura, mas recebeu os valores e fortes indícios apontam para o repasse de parte da verba ao prefeito”.

A PF afirma que parte do dinheiro desviado era repartido com vereadores da base de apoio do prefeito na atual legislatura e na passada. O valor era de R$ 2 mil mensais. Sete parlamentares, que não tiveram os nomes divulgados, estão sendo investigados. O Portal SelesNafes.Com não conseguiu contato com o prefeito

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