Acusado de matar policiais franceses é julgado no Amapá

Ronaldo Lima, o Brabo, era parceiro de Manoel Moura Ferreira, o Manoelzinho (foto), considerado o chefe do bando que atacou as forças armadas e policiais na Guiana Francesa e morreu em Macapá.
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Está marcado para esta quarta-feira (4), o julgamento de dois acusados pelas mortes de dois militares franceses e pela tentativa de homicídio de outros 22 integrantes das Forças Armadas e da Gendarmaria Nacional – força policial militar da França.

Os crimes ocorreram em área de garimpo clandestino na Guiana Francesa em 2012. A sessão será transmitida ao vivo pelo canal da Justiça Federal do Amapá no Youtube, informou o Ministério Público Federal, que atua pela condenação dos réus.

Seriam julgados, juntos, Manoel Moura Ferreira, o Manoelzinho, e seu comparsa, Ronaldo Lima, o Brabo, mas apenas um deles sentará no banco do réus.

É que Manoelzinho, considerado o líder do bando que atacou os policiais, morreu em janeiro deste ano, no Hospital de Emergências do Centro de Macapá, para onde foi levado depois de passar mal no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) com dificuldades respiratórias e sintomas de gripe. Ele morreu um dia após a internação.

Por isto, o MPF pediu à Justiça que seja declarada extinta a punibilidade do réu, considerando a morte dele. Já Ronaldo Lima deve participar presencialmente do julgamento.

Imagem de Brabo e Manoelzinho quando foram presos pelo Bope em Macapá, em 2012

O magistrado de ligação da França no Brasil, Alain Zakrajsek, também deve acompanhar o julgamento, considerando o especial interesse do Estado francês no caso.

O caso

Os crimes narrados na ação ocorreram em junho de 2012, em Dorlin, no município de Maripasoula, na Guiana Francesa. Na região, distante cerca de 200 km da capital Caiena, funcionavam inúmeros garimpos ilegais de ouro em meio às florestas.

De acordo com as investigações, Manoelzinho chefiava o bando criminoso mais notório da região e tornou-se conhecido por massacrar um bando rival e assumir o domínio de garimpos clandestinos.

Em uma operação conjunta entre as Forças Armadas da Guiana Francesa e a Gendarmaria Nacional, um efetivo de 40 agentes deslocou-se para Dorlin em quatro helicópteros. Porém, houve o recuo da operação, após uma das aeronaves, com seis policiais a bordo, ser atacada por tiros de fuzil.

Oficiais das Forças Armadas Francesas mortos em emboscada armada pelo bando de Manoelzinho. Foto: Divulgação

A ação foi retomada quatro horas depois, com 18 agentes, que desembarcaram em local mais afastado e seguiram por terra em direção ao garimpo. No caminho, foram surpreendidos por uma emboscada e feridos com tiros de fuzil disparados por Manoelzinho e Brabo. Morreram os oficiais Sebastien Pissot e Stephane Moralia e três gendarmes ficaram feridos.

Manoelzinho e Brabo foram presos em julho daquele ano, em Macapá, com armas de grosso calibre, fuzis AR-15 e pistolas 9mm, de fabricação internacional, compradas no Suriname.

O caso foi federalizado porque não existe acordo de extradição entre os dois países, então cabe à Justiça Brasileira julgar os crimes praticados pelo brasileiro.

Seles Nafes
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