Cidade do Samba vira enredo de descaso

Estrutura fica no Complexo Turístico Meio do Mundo, na zona sul de Macapá.
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Por RODRIGO ÍNDIO

O cenário de abandono já dura anos. Sem os desfiles das agremiações, os barracões da Cidade do Samba, na zona sul de Macapá, são utilizados apenas para depósito de alegorias de outros carnavais.

Há lixo e mato para todos os lados. Não há iluminação nos galpões – devido furtos da fiação elétrica. O estacionamento virou pátio para conserto de veículos de oficinas mecânicas das proximidades.

A estrutura está sendo destruída pelo tempo e os grandes portões por onde passam os carros alegóricos estão tomados por ferrugem.

Não bastasse isso, os moradores relatam que bandidos estão utilizando o espaço como esconderijo para cometerem assaltos.

Local está cercado por mato…

… lixo e…

… carcaças de alegoria. Fotos: Rodrigo Índio

Márcio Martins, de 47 anos, trabalha em frente à Cidade do Samba desde 2005. Ele fala da situação de perigo no local.

“Serve de palco para vandalismo. A gente toda semana é roubado aqui. Tem um rapaz aqui da frente que foi assaltado dois dias seguidos. O pessoal sai de trás dos barracões, fazem o assalto e correm. Inclusive um vizinho levou um tiro de bandidos que foram assaltar ele aqui na frente”, conta.

Pedindo mais policiamento ou soluções ativas para o espaço, ele também sugere que o local poderia sediar um Grupamento dos Bombeiros.

Márcio Martins: “Serve de palco para o vandalismo”

A estrutura está sendo destruída pelo tempo e os grandes portões …

… estão tomados por ferrugem

“Seria muito viável para zona sul. Melhoraria porque o deslocamento seria menor e quando tem incêndio pra cá, que não é pouco, os bombeiros demoram a chegar”, opinou.

Um ciclista que passava pelo local, abordou a reportagem, mas não quis aparecer, falou que só ali já foi roubado três vezes.

“Mano, aqui não tem jeito. Carnaval é bacana demais, mas os caras não cuidam daqui, não fazem um bingo sequer. Eu apanhei muito uma vez dos malacos aqui quando eu ia cedo pro trabalho. Tinham que resolver essa situação”, falou o ajudante de pedreiro.

Apesar de ser patrimônio público o espaço está sob a responsabilidade das agremiações carnavalescas.

Local agora é…

… depósito de ferro velho…

… e estacionamento de oficinas mecânicas

O portal SelesNafes.com conversou com o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá (Liesap), Jocildo Lemos.

Ele informou que a nova diretoria está formatando um calendário de eventos carnavalescos que inclui programações na Cidade do Samba, que terá uma prefeita, que será responsável por planejar e propor ações junto com as agremiações para melhor aproveitar o espaço.

“Estamos desde 2020 sem desfile das escolas de samba, em função da pandemia, dos decretos sanitários, por isso o espaço ficou parado também”, explicou.

Do lado de fora…

… e dentro, restos de outros carnavais

A Cidade do Samba foi inaugurada no dia 20 de dezembro de 2011, com a entrega dos galpões, feita pelo governador da época Camilo Capiberibe (PSB).

O investimento do governo estadual para que toda a estrutura fosse erguida foi de R$ 9.418.473,36, incluindo o aditivo de R$ 419.633,94.

Seles Nafes
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