Diagro garante que controle de morcegos não põe espécie em risco

Ataques ocorreram numa fazenda, na localidade de Bonito da Pedreira, zona rural de Macapá.
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Por ANDRÉ SILVA

O proprietário de uma fazenda localizada na zona rural de Macapá identificou que seus animais estavam sofrendo ataques de morcegos hematófagos. A espécie contaminada transmite raiva para bois, equinos, caprinos e aves por meio da mordida e pode infectar o homem durante o manejo do rebanho.

Uma equipe da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Amapá (Diagro) foi acionada pelo proprietário da fazenda, na localidade de Bonito da Pedreira, na Rodovia AP-340.

A ação durou dois dias e 14 animais da espécie Desmodus rotundus foram capturados. Esse tipo de morcego se alimenta de sangue e transmite o vírus por meio da saliva, estando ele infectado pela doença.

Para que ocorra o controle deste tipo de doença, é necessário que aconteça a captura e reconhecimento da espécie que transmite o vírus, matá-lo e exterminar o seu ninho.

Armadilhas são colocadas…

… próximo a currais …

… e pocilgas. Fotos: Divulgação/Diagro

A veterinária que também é auditora fiscal agropecuária e chefe da unidade veterinária da Diagro no município de Macapá, Romilda Correia Trindade, explicou que o controle dessa espécie de morcego é muito importante para prevenir o contágio da zoonose em outros animais, e principalmente no ser humano.

Controle x extermínio

O controle da espécie é feito por meio de captura dos morcegos em redes que são colocadas à noite, próximo aos currais, galinheiros e pocilgas. Na fazenda em questão, a ação ocorreu nos dias 26 e 27 de abril.

Veterinária Romilda Trindade: “Exterminar não é o nosso trabalho. Nosso trabalho é o controle populacional”

“Ao cair na rede, a gente identifica a espécie. Quando a gente captura, coloca ele no pulsa (gaiola de ferro) e no final do trabalho, ao recolher a rede a gente vai ver quantos morcegos foram capturados. Aí, a gente passa a pasta vampiricida e soltar. Ao voltar para seu abrigo um lambe o outro e ingerem essa pasta e vão a óbito”, detalhou a veterinária.

Parece uma forma muito radical de controle, mas a veterinária explicou que é necessária, e que esse tipo de ação não coloca em risco a existência da espécie – o que podia acarretar sérios problemas de equilíbrio na natureza.

“Exterminar não é o nosso trabalho. Nosso trabalho é o controle populacional”, garantiu a veterinária.

Invasão humana

Romilda disse pode estar ocorrendo uma invasão do homem no ambiente onde vivem esses animais por meio de derrubada da mata para a exploração agropecuária no local.

“O natural era os morcegos se alimentarem dos animais silvestres. Na ausência deles ou na entrada do homem no seu habitat – através do desmatamento – o morcego tende a se alimentar das espécies que estão mais próximas, que no caso são as domesticas.

Após serem capturados…

… animais são analisados

A questão do extermínio da espécie é pouco provável porque onde tem alimento ela sempre se perpetua”, garantiu Romilda.

Romilda explicou que se esse vírus se espalhar na população de animais do Amapá, a comercialização de carne pode ser prejudicada e em sequência a economia do Estado.

Por isso, ela alertou que todos os pecuaristas, que se identificarem que seus animais estejam sendo atacados por morcegos, que procurem as unidades da Diagro em seus municípios ou na central em Macapá.

Seles Nafes
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