Sião Tur condena trabalhadores à pobreza, mas quer continuar operando em Macapá

A empresa é uma das três que questionam a licitação da prefeitura de Macapá
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Por SELES NAFES

Se entre as exigências da licitação de Macapá estivesse solidez e respeito aos funcionários, nenhuma das três empresas de ônibus que questiona judicialmente o certame seria capaz de continuar operando em Macapá. Só a Sião Thur, apontada como a pior delas, deve aos funcionários salários até de 2020, e apesar de todo o desrespeito e desorganização ela ainda briga na justiça para continuar no setor, e tem chances de vencer.

As três empresas que ajuizaram ações contra a licitação da prefeitura são a Amazonas (Amazontur), Sião Tur e Expresso Marco Zero. Elas tiveram as liminares negadas, mas os processos ainda serão julgados em definitivo. Entre os motivos alegados, estão supostas irregularidades no edital como o uso de audiências públicas de 2019 pela comissão de licitação.

A relação delas com os funcionários, no entanto, beira a humilhação. Todas têm atrasos mensais dos salários e acumulam centenas de queixas no Ministério Público do Trabalho e ações na Justiça do Trabalho. A maioria dos processos cobra indenizações e horas extras, mas também questionam a dupla função (motorista/cobrador).

Na Sião Thur, que estampa em seus veículos o versículo “Deus é amor”, o sofrimento aumentou nos últimos cinco anos. Os funcionários que ainda estão na ativa parecem ter sido condenados à pobreza. Somente agora, em maio de 2022, é que eles começaram a receber o salário de dezembro de 2021. Isso sem falar das férias do ano passado.  

“A empresa ainda deve seis meses de salários de 2020. E acumula mais de R$ 2 milhões em ações trabalhistas”, explica Max Deles, um dos diretores do Sindicato dos Rodoviários do Amapá.

“A Sião Thur até desativou a garagem e o escritório aqui em Macapá. Hoje é tudo em Santana. Se tivesse uma prefeitura com pulso forte, nenhuma dessas empresas estava operando porque não têm estrutura”, acrescentou.

Capital Morena…

Expresso Marco Zero. Fotos: Seles Nafes/SN

Sião Tur. Foto: Reprodução

Greve

A Capital Morena e a Amazontur (que são dos mesmos donos) também são acusadas de desrespeitar um acordo com o sindicato. Elas se comprometeram a pagar o salário do mês sempre no quinto dia útil, mas só a partir do último dia 20 de maio, por exemplo, é que iniciaram o pagamento do mês de abril. As duas também não estariam pagando o auxílio saúde combinado.

“Fizemos todas as denúncias no Ministério Público do Trabalho, mas eles não cumprem os acordos que eles assinaram com a gente no ano passado. O que acontece com a Sião Thur há 5 anos é o que começa a acontecer com a Amazontur e a Capital Morena, se a gente não tomar uma providência agora”, advertiu o sindicalista.

No próximo dia 27, uma assembleia geral dos rodoviários das duas empresas vai avaliar o indicativo de greve. A assembleia será virtual pelo aplicativo Meet.

O Portal SN aguarda posicionamento do Sindicato das Empresas de Transportes (Setrap).

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