Advogado de PMs representa criminalmente contra perícia

Advogado Cícero Bordalo diz que há fraudes e má-fé em laudos
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Por LEONARDO MELO

O advogado Cícero Bordalo Júnior ingressou com representação criminal na Procuradoria Geral da República, em Brasília, contra os laudos periciais do processo que envolve 6 policiais militares acusados de mortes durante uma perseguição em Santana. A defesa acusa os peritos de negligência, má-fé processual, crime de falsidade e responsabilização pela gravidade das informações divulgadas, todos previstos no artigo 342 do Código Penal.

O caso ocorreu na noite de 10 de setembro de 2021, no Bairro Fonte Nova, quando a perseguição a um carro de aplicativo terminou nas mortes do motorista Igor Ramon Cardoso, filho da ex-prefeita de Laranjal do Jari, Euricélia Cardoso. A polícia afirma que ele tinha envolvimento com o passageiro líder de facção. Outras duas pessoas que a Polícia Civil afirma serem inocentes acabaram morrendo na troca de tiros.  

Desde que assumiu o caso, Cícero Bordalo vem questionando os laudos produzidos pela Politec. Na última sexta-feira (17), ele foi a Brasília protocolar a representação criminal na PGR. O criminalista afirma que há indícios de fraudes na reconstituição do crime e exame de balística.

O documento protocolado na PGR cita relatório do Conselho Regional de Medicina (CRM), do dia 24 de julho de 2021, que atestou a falta de condições adequadas da Politec para a realização de exames de necropsia, balística e autópsias. Na época, esse relatório foi encaminhado ao MP.

Perseguição terminou com 3 mortes, incluindo do motorista Igor Ramon. Foto: Olho de Boto

Advogado Cícero Bordalo: laudos não são confiáveis

O advogado informou que também protocolou ao procurador da República, Augusto Aras, novo documento do CRM reconfirmando a precariedade da Politec em 2021.

“Este documento do CRM desmoraliza todo o trabalho da Polícia Técnica do Estado (no caso). Ele denuncia que os cadáveres estão em estado de putrefação, confirma que a Politec está inoperante, e que não há produtos químicos para a realização de exames e autópsias. Ou seja, cientificamente os laudos expedidos pelo órgão atualmente não podem ser confiáveis para o âmbito da criminalística”.

Bordalo informou ainda que o novo documento foi acrescentado ao inquérito contra os seis policiais.

O Porta SelesNafes.Com tenta contato com a direção da Politec

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