Em frente à escola onde aluno foi morto, comunidade protesta por segurança e justiça

Protesto ocorreu em frente à escola da vítima, Nanci Nina da Costa, no Bairro Zerão, zona sul de Macapá.
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Por ANDRÉ SILVA

Alunos e professores da Escola Estadual Nanci Nina da Costa, localizada no Bairro Zerão, zona sul de Macapá, promoveram, no fim da tarde desta quarta-feira (29), um protesto por mais segurança no colégio e justiça pela morte do estudante assassinado em frente ao estabelecimento de ensino.

O aluno Carlos Antônio Arcanjo dos Santos, de 21 anos, foi morto com 4 tiros durante um roubo, ocorrido na noite desta segunda-feira (27).

Na manifestação, os alunos seguravam faixas e cartazes pedindo por mais segurança na escola e expressavam o sentimento que impera entre eles: o medo.

A camisa usada pelo estudante assassinado no dia do crime foi exibida pelos manifestantes. Ela trazia manchas de sangue da vítima. Nela, o buraco deixado pelo disparo que atingiu o coração do jovem.

Camisa manchada de sangue de Antônio Carlos

Jaynne manifesta receio em se deslocar para escola

A aluna Jaynne Castelo, de 18 anos, disse que tem medo de morrer. Ela estuda na escola a seis anos e contou que já foi vítima de assalto e presenciou alguns. Em um deles, os alunos se refugiaram em uma das salas para se protegerem.

“Tenho muito medo de morrer. Eu venho pra escola estudar e quando eu saio, quem garante minha vida? Eu venho pra ter um futuro melhor igual ao Carlos. Ele vinha pra garantir um futuro. Ele saiu e foi morto”, disse a estudante.

Protesto reuniu alunos, pais…

… e a comunidade escolar em geral. Fotos: André Silva/SN

A professora de sociologia, Adriana Carvalho, era professora do Carlos e definiu o jovem estudante como carismático, tranquilo, por quem todos os professores tinham muito carinho.

Segundo ela, a inciativa de protesto partiu dos estudantes, pois a escola vem passando por uma onda de violência nos últimos anos. A educadora disse que a escola já foi invadida por marginais e alguns servidores já foram assaltados na área de estacionamento, e, alunos, na área externa da escola.

Ela destacou que a insegurança impera não só na escola Nanci Nina, mas em várias outras instituições de ensino da capital.

Protesto ocorreu na cena do crime, em frente à escola

Estudantes pediram mais segurança

Professora Adriana: “E um medo constante. Uma insegurança constante”

“E um medo constante. Uma insegurança constante. Infelizmente, essa tragédia aconteceu na nossa escola, mas poderia ter acontecido em qualquer uma outra”, reconheceu a professora.

Entre os manifestantes havia representantes da família de Carlos, como a tia dele, a dona de casa Eliete Pinheiro. No protesto, ela gritou por mais segurança nas escolas. Veja:

Eliete lembrou que o sobrinho tinha o sonho de servir ao Exército e ser policial militar.

“Ele tinha sonho de passar pra ser policial. Hoje eu estou de luto por meu sobrinho. Essa violência nos colégios, está terrível. Principalmente porque minha filha e meu filho também estudam. Meu sobrinho gostava de esporte. O sonho dele se foi”, lamentou a tia.

Parentes de Antônio Carlos se emocionaram ao lembrar do crime

Prisão

A Polícia Civil conseguiu localizar e prender o acusado do latrocínio – que é o roubo seguido de morte – na manhã desta quarta-feira (29). Trata-se de Gefison Duarte Barra, de 25 anos.

Ao delegado Vladson, ele disse que não tinha intenção de matar e que os disparos foram acidentais durante a luta com o estudante.

Seles Nafes
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