Expedição do Amapá chega a Quito, no Equador

Depois de 17 meses de navegação saindo de Macapá, a Expedição Pedro Teixeira refez o trajeto do famoso navegador português que ajudou a definir o tamanho da Amazônia
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Por OLIMPIO GUARANY, Capitão da Expedição

Depois de um ano e cinco meses da nossa partida do rio Matapi, em Macapá, chegamos a Quito, Equador, localizada no antigo vice-reino do Peru, da Coroa de Castella, cumprindo a rota navegada por Pedro Teixeira (1637-1639) considerado o Conquistador da Amazônia.

No primeiro dia visitamos o prédio da Real Audiência de Quito, onde Pedro Teixeira se apresentou ao chegar em 1638. Aquela altura o presidente da Real Audiência de Quito era Perez de Salazar.

O local foi construído 100 anos após a fundação da cidade de Quito. De arquitetura arrojada, típica dos tempos áureos da exploração do ouro e da prata em território que pertencia aos Incas e que foi ocupado pelos espanhóis.

Igreja São Francisco de Quito construída na metade do século XVI

Prédio da Real Audiência de Quito

Museu de cera retratando a a revolução quiteña dentro do predio da Real Audiência de Quito

Hoje já não existe mais a Real Audiência, não é mais o Peru e nem pertence a Espanha. Aqui é o Equador, país que se tornou independente na primeira metade do século XIX.

No prédio da antiga Real Audiência funciona um Hotel e um Museu que conta a história da luta pela independência do Equador.

Permanecemos durante uma semana em São Francisco de Quito como era chamada a cidade por ocasião da fundação no século XVI.

O povo quiteño é simpático e acolhedor. Em todos os lugares que visitamos fomos muito bem recebidos, independente de nos apresentarmos como jornalistas.

FOTO 5: Plaza grand Central, a mais antiga de Quito

Iquitos, Peru

Igreja São João Batista, padroeiro de Iquitos

O turismo é uma das maiores fontes de renda de Quito e seu centro histórico foi o primeiro a ser tombado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. O sítio histórico de Quito é considerado o maior dos já tombados pela instituição que pertence a ONU.

Navegando nos barquinhos que servem as comunidades ao longo do rio Napo, ficamos mais um dia em Cabo Pantoja, do lado peruano, na divisa com o Equador, e visitamos a foz do rio Aguarico, onde Pedro Teixeira teria lavrado o ato de Franciscana, fundado um povoado e tomado posse das terras que pertenciam a Espanha pela Tratado de Tordesilhas, em nome da coroa portuguesa.

Registro no local onde Pedro Teixeira lavrou a ata de posse das terras à leste, na foz do rio Aguarico, confluência com o rio Napo, Peru.

Com o único morador do local e o nosso guia peruano

Em El Coca Equador, alto rio Napo

No local aproveitei para desfraldar a bandeira do Brasil, num ato de demonstração que ali estava um brasileiro, herdeiro da coroa portuguesa.

Na tríplice fronteira ficamos uma semana para captação de imagens e depoimentos sob vários aspectos daquela região.

Visita ao marco da tríplice fronteira em Letícia, Colômbia

Palácio Episcopal de Quito

Travessia para Nueva Rocafuerte

Comunidade de Santa Clotilde, Rio Napo

Por recomendação da Marinha, nossa parceira no projeto, não navegamos com o nosso veleiro por aquela região por questão de segurança. Nosso barco é atípico, chamaria a atenção o que poderia ensejar ataques de piratas e/ou traficantes.

A própria Marinha nos apoiou com toda a logística. O capitão dos portos de Tabatinga, Comandante Ricardo Sampaio, dois fuzileiros navais e um piloto nos levaram ao rio Javari acima onde fizemos as gravações.

Agora estamos retornando. Já são 20 meses navegando pelo rio Amazonas e seus afluentes captando imagens, depoimentos e colhendo informações para a produção de um conjunto de produtos multimídia envolvendo documentários para TV, livros e exposição fotográfica.

Veleiro Kûara na frente de Parintins

Com estudantes em Puerto Orellana, Equador

Capitão Bóris descansando

Breve estaremos de retorno ao Amapá levando na bagagem os conhecimentos adquiridos durante toda essa jornada.

Seles Nafes
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