Por ANDRÉ SILVA
Uma imagem inusitada viralizou nas redes sociais do Amapá. Nela, um motorista de ônibus aparece oferecendo trufas de chocolates aos passageiros. A forma gentil e cortês de oferecer o produto chamou a atenção de uma internauta que decidiu fazer a foto e postar em seu perfil no Facebook.
Clodoaldo Nascimento Favacho, de 47 anos, é motorista de coletivo há 15 anos. O paraense chegou em Macapá no ano de 1995 vindo da região do Marajó. A única experiência de trabalho que tinha era de pescador, profissão que aprendeu com pai.
Ao chegar na capital amapaense, passou a trabalhar como carregador de gelo e posteriormente foi açougueiro em uma rede de supermercados.
De açougueiro, ele migrou para a profissão de cobrador de ônibus na empresa Amazonthur. Com o trabalho, tirou a habilitação e passou para motorista dos veículos da própria empresa fazendo viagens intermunicipais. Atualmente, ele dirige o coletivo da Sião Thur fazendo o itinerário Infraero 2/Marabaixo.
Sobre a venda das trufas de chocolate, Clodoaldo disse que começou há pouco tempo, mas que para isso contou com o aval do dono da empresa – a quem ele fez questão de agradecer . Disse que a renda apurada ajuda a complementar o salário do mês.
“Agradeço muito ao dono da empresa, que é o seu Décio (proprietário da empresa) e a esposa dele. Eu tive a oportunidade de vender trufa para ele e ele aprovou”, contou o motorista.
O motorista disse que os bombons são fabricados pela esposa e garantiu que são produtos de qualidade e não há como o passageiro não gostar.
“Eles me ajudam, até porque gostaram da mercadoria que tem qualidade. Eu, por ser um servo de Deus, contribuí para que acreditem que o produto é bom. Mas a honra e glória de tudo isso pertencem a Deus. Tudo é dele”, considerou motorista.
O flagrante da venda dos bombons foi feito pela estudante Areta Nascimento, de 32 anos. Areta disse que gostou da singeleza no tratamento dele para com os passageiros e da iniciativa inusitada em vender bombons, situação que ainda não tinha presenciado.
Explicou à reportagem que não imaginava que a postagem fosse tão longe.
“Vi muitos compartilhamentos e muita gente mandando mensagem, mas deixei lá. Passou alguns dias, reencontrei ele no ônibus e perguntei se ele sabia que estava famoso na internet. Ele ficou assustado e disse ‘Meu Deus não acredito que foi você’, e daí só foram conversas boas”, lembrou a estudante.