‘Preciso continuar a vida’, diz sobrevivente de síndrome rara em Macapá

Doença causou grave distúrbio renal em Davi, e deformidade na pele
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Por ANDRÉ SILVA

Davi dos Santos da Silva, de 20 anos, finalmente está em casa e se recupera bem. Foram meses de verdadeira luta contra a morte depois que uma síndrome rara se manifestou em seu organismo. Ele chegou a ficar irreconhecível depois que todos os seus membros incharam. Agora, o rapaz precisa manter o tratamento.

O drama do jovem foi tema de reportagem em março, quando a família do rapaz pediu ajuda. Foram várias internações. A mãe dele, Elisabeth Tavares dos Santos, de 50 anos, era quem tomava a frente das campanhas de solidariedade. Ela já tinha perdido três filhos e estava decidida a não deixar Davi morrer.

O jovem foi diagnosticado com síndrome nefrótica. A doença provoca um distúrbio renal que causa excreção excessiva de proteínas pela urina, ocasionando sintomas como urina com muita espuma ou inchaços nos tornozelos e pés, por exemplo. Davi ficou com pernas, braços e abdômen deformados pelo acúmulo de líquido, o que causou danos permanentes na pele.

Os primeiros sintomas surgiram depois da ceia de Natal de 2021, na casa de um amigo. Ao chegar em casa, relatou à mãe que estava com a barriga inchada. No dia seguinte, o jovem foi levado à UPA do Novo Horizonte e onde desmaiou depois de sentir forte dores. Em seguida, foi encaminhado para o Hospital de Emergência e depois para o Hospital de Clinicas Alberto Lima.

Diante da situação, dona Elisabete não via outra saída a não ser pedir ajuda. Foi então que uma corrente de solidariedade se formou em prol da causa do jovem que envolveu a igreja, amigos e pessoas desconhecidas nas redes sociais. Com o dinheiro arrecadado, a mãe pagou os exames e medicamentos necessários para o tratamento.

“Agradeço muito a todas as pessoas que ajudaram enviando a benção material e a vocês também. Ele ainda não está totalmente curado, ele está em tratamento. Ainda é necessário comprar alguns medicamentos que a gente está sem condições de comprar, mas creio que Deus vai abrir as portas”, disse Elisabete.

Doença causou retenção de líquido

Davi esteve perto da morte

Fazer faculdade. Foto: André Silvas/SN

Tratamento prossegue

No limite

Davi contou que viveu algo que nunca imaginou na vida, e que chegou a pensar em desistir de viver. Com tanto inchado, ele revelou que não reconhecia a própria imagem. Estava no limite.

“Eu comecei a inchar muito e meu corpo ficou cheio de estria, perna barriga. Aí foi só piorando. Tinha momento que vinha umas coisas na minha cabeça… me dava cara branca toda hora. Tinha horas que eu pensava que ia morrer’, relembrou o jovem, que chegou a evitar alimentos com medo de piorar a situação.

O clima agora é de esperança de terminar o tratamento.

“Já conclui o ensino médio. Quero fazer uma faculdade e estudar para concurso e continuar minha vida”.

Davi precisa comprar três medicações. A mãe pede ajuda novamente e quem puder contribuir pode entrar em contato com ela pelo telefone 96 99107-7123.

Seles Nafes
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