Tancredo Neves: na zona norte, moradores se exercitam na escuridão

Há aproximadamente cinco meses, os praticantes de esportes da zona norte precisam conviver com a escuridão, insegurança e acidentes.
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Por LEONARDO MELO

Há aproximadamente 5 meses, desportistas e amadores que se exercitam no canteiro central da Rua Tancredo Neves, na zona norte de Macapá, vivem a insegurança de treinar no escuro. É que cabos elétricos dos postes de iluminação o canteiro central da foram furtados ao longo deste tempo.

Agora, é apenas com a luz dos veículos que transitam nas duas pistas, que a população aproveita o período após as 18h para utilizar o espaço.

Robson Pereira Tavares, de 48 anos, é preparador físico e utiliza o canteiro para treinar seus alunos. Eles estão no local há seis anos e é a primeira vez que passam tanto tempo no escuro.

“Quase cinco meses nessa escuridão terrível. Já aconteceu acidente com meus alunos. Ciclista que passava por aqui não viu quando ele atravessou a ciclovia e o atingiu com força. Eu oriento eles que, quando atravessarem, que fiquem atentos com bicicleta. Muito risco”, reclamou o preparador físico.

Cerca de 25 alunos participam dos treinos da assessoria ao ar livre diariamente no local, e muitos já se sentem inseguros.

Robson Pereira Tavares treina seus alunos com iluminação das luzes dos carros

“Esse ambiente, hoje, não está adequado para quem caminha à noite, porque está muito escuro e sem iluminação há meses. É uma situação bem complicada, principalmente para quem vem caminhar sozinho”, reclamou a professora Silva Araújo, de 44 anos. 

Sem gravar entrevista, por medo de represálias, um servidor público ligado à Prefeitura de Macapá confirmou que a fiação elétrica foi roubada. Ele disse que uma vereadora chegou a procurar a Secretaria de Iluminação Pública do município para que o problema fosse seja resolvido, mas até então, nada.

Eliane do Rosário leva o filho para as caminhadas para não deixá-lo só em casa

A camareira Eliane do Rosário Cabral, de 33 anos, caminha todos os dias no local. Ela nunca sai de casa sozinha. Disse que trabalha até as 18h e o único horário disponível para fazer exercício é depois do trabalho.

“A gente se sente inseguro em caminhar aqui. Inclusive, hoje mesmo, eu estava reclamando da escuridão para uns colegas, porque eu não venho só, trago meu filho. Eu acho que o poder público deveria dar um olhar diferente para cá. A gente faz caminhada buscando a nossa saúde”, considerou a camareira.

A acadêmica de Farmácia, Isabele Gibson, de 20 anos, e o namorado, Alexander Leite, de 25 anos, utilizam o espaço para caminhar todos os dias. Eles relataram que estar no local se tornou perigoso: risco de assalto e acidentes, como uma queda, são frequentes. Disseram que já ouviram relato de pessoas que foram roubadas.

Grupo de condicionamento físico se posicionam perto de prédios com holofotes

Isabele Gibson e o namorado Alexander Leite utilizam o espaço para caminhar todos os dias

“O risco de assalto é muito grande, risco de acidentes. A gente pode acabar não vendo um buraco e acabar caindo.  É uma falta de respeito muito grande com a gente”, considerou a estudante.

O portal SN já havia feito uma primeira reportagem sobre a escuridão no local. Na ocasião, o Departamento Nacional de Trânsito (Dnit) respondeu que a responsabilidade seria da prefeitura.

A reportagem, então, solicitou um posicionamento da PMM, que não respondeu. Agora, mais uma vez um posicionamento foi solicitado ao município, mas novamente não houve resposta.

Seles Nafes
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