“São cestas banhadas com sangue”, diz oficial do Bope sobre ‘doações’ de chefe de facção

Capitão Hércules Lucena disse que o líder de um grupo criminoso distribuía cestas básicas à moradores do Conjunto Macapaba em troca de ‘vistas grossas’ para as ações criminosas.
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Por OLHO DE BOTO

O criminoso que morreu em troca de tiros com militares do Batalhão de Operações Especiais na última sexta-feira (22), no Conjunto Macapaba, na zona norte da capital, distribuía cestas básicas para moradores da comunidade em troca de vista grossa para os crimes cometidos pela facção que ajudava liderar, afirmou o capitão da Rotam/Bope, Hércules Lucena.

Segundo ele, os policiais que confrontaram o Elivelton Rocha Conceição, o Pretinho, de 25 anos, e mais dois comparsas dele, foram hostilizados por moradores do habitacional justamente porque estavam ‘seduzidas’ pelas doações que o bandido promovia com o dinheiro arrecadado por roubos a residências, furtos e venda de drogas.

O confronto entre policiais e Pretinho ocorreu no fim da tarde, quando o delegado Vladson Nascimento, titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP), solicitou apoio dos militares para localizar e prender dois suspeitos de um roubo a uma residência, ocorrido no dia 19, ocasião que os assaltantes amarraram as vítimas e levaram celulares, joias em ouro e R$ 2 mil em espécies.

Apontado como uma das lideranças de uma facção criminosa denominada Terceiro Comando do Amapá (TCA), Pretinho já havia cumprido pena no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) por roubo e tráfico de drogas. Além disso, era acusado de uma tentativa de latrocínio contra um oficial da PM, ocorrida no dia 9 de junho, no Bairro Brasil Novo. O policial foi baleado na cabeça e segue internado.

Enquanto esperavam a chegada do socorro médico para o bandido baleado…

… as equipes foram atacadas com pedras e pedaços de paus

Os policiais civis da DECCP rastrearam um dos aparelhos roubados e a localização apontava uma área do Macapaba 2. Seguindo o sinal do celular roubado, no Macapaba II, a equipe da Rotam avistou três suspeitos, um deles era Pretinho.

Na tentativa de abordagem, os criminosos sacaram armas e começaram a disparar. Os militares reagiram acertaram Pretinho, que, mesmo ferido ainda correu para outro bloco com a arma em punho, e se deparou com outra equipe da Rotam. Ainda assim, não se rendeu e começou a atirar novamente. Na troca de tiros, foi atingido de novo.

Ele ainda chegou a ser levado por uma equipe do Samu até o Hospital de Emergências, mas morreu logo depois de chegar.

Enquanto esperavam a chegada do socorro médico, as equipes foram atacadas com pedras e pedaços de paus. Os militares reagiram com munição não letal para dispersar os agressores.

Pretinho era apontado como uma das lideranças de uma facção criminosa denominada Terceiro Comando do Amapá

O capitão Hércules ressaltou que Pretinho era um criminoso extremamente violento, usava o dinheiro dos crimes para arregimentar parte da população carente do Macapaba, comprando e distribuindo cestas básicas para as famílias em situação de vulnerabilidade social – daí o motivo de terem o defendido após o confronto.

“As pessoas precisam ter em mente que essas cestas que ele distribuía em troca de acobertamento de seus crimes são banhadas com sangue das vítimas que ele assaltou, que ele violentou. Os criminosos que atiraram pedras e paus nos policiais já foram identificados e serão presos”, afirmou o oficial.

Seles Nafes
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