Por ANDRÉ SILVA
Após a redução na frota de ônibus na capital, que pegou de surpresa a população e deixou as paradas lotadas nesta segunda-feira (8), a Companhia de Trânsito de Macapá (CTMac) avalia a substituição de uma das empresas rodoviárias e mudanças no sistema tarifário do transporte público.
Desde o dia (3) deste mês, a Prefeitura de Macapá assumiu, por tempo indeterminado e de forma emergencial, por meio de decreto, o serviço de transporte público da capital amapaense.
Equipes da CTMac estiveram nesta segunda nas garagens das empresas e confirmaram a redução da frota.
“As empresas deram sequência com essa redução. A partir desse momento, iniciam-se novas tratativas para que durante essa semana a frota normalize”, reforçou o presidente da Companhia Andrey Rêgo.
Ele afirmou que a Sião Tur é a que mais vem dando dor de cabeça. Por isso, estuda a possibilidade de uma outra empresa assumir os itinerários dela. Uma das empresas que já presta serviço na capital poderia ser a escolhida para assumir essas rotas em caráter emergencial, explicou ele.
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Redução na frota deixou população na mão. Fotos: André Silva/SN
Caixa preta
Andrey Rêgo explicou que, além da precariedade no serviço prestado pelas empresas, outro motivo da intervenção foi a falta de clareza na prestação de contas do Sindicato das Empresas de Transportes do Amapá (Setap) junto à PMM.
Rêgo afirmou que, por anos, o Setap deteve o poder sobre o gerenciador financeiro que controla todo o sistema operacional do transporte público em Macapá.
“Com isso, a gente nunca teve, de fato, as informações necessárias do sistema: quanto ele gera, quanto ele arrecada. E a partir desse momento em que o município toma conta de tudo isso, começa a trabalhar com mais clareza. Ninguém tinha certeza da veracidade dessas informações. Eles podiam camuflar dados e não tinham interesse em passar para o serviço público”, denunciou o diretor.
Ele justificou que a abertura da “caixa preta do transporte público” pode viabilizar subsídios de passagens para pessoas que precisam, como os idosos, por exemplo.
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Andrey Rêgo, diretor da CTMac
“Ele só será viabilizado mediante legalização do sistema. Enquanto nós estivermos trabalhando dessa forma, a gente não consegue viabilizar recursos, nada. A gente não pode trabalhar com subsídio do transporte, por exemplo, pra manter a tarifa no valor que a gente vem mantendo”, explicou.
A reportagem procurou o Setap para se pronunciar sobre as afirmações, mas até a publicação desta matéria, a entidade não se pronunciou.