Do Bailique, mãe e filho trabalham juntos no Censo do Amapá

Responsáveis por áreas de entrevistas no Centro de Macapá, eles saem para trabalhar e voltam juntos para a casa dos parentes em que estão hospedados.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

O tão aguardado e importante estudo populacional do Brasil, o Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), começou sua fase de entrevistas em agosto.

Em Macapá, mãe e filho, moradores do Arquipélago do Bailique, são destaque por trabalharem juntos no levanto que será decisivo para nortear os rumos do estado nos próximos anos.

Katiane Lopes dos Santos, de 37 anos, e Emanuel dos Santos Marques, de 17 anos, estudam juntos.

Moradores da comunidade do Livramento, no Bailique, que é distrito do capital amapaense, os dois estão concluindo o ensino médio e decidiram começar a tentar a aprovação em concursos públicos. Logo que o edital para o cargo de recenseadores do IBGE foi publicado, eles viram a oportunidade.

Katiane e Emanuel estão responsáveis por coleta de dados do Centro Comercial de Macapá. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

“A gente sempre teve vontade de fazer, de estudar. A gente fez e passou”, contou Katiane.

Emanuel explicou que os dois passaram nas vagas reservadas para povos e comunidades tradicionais e estão muito contentes com o trabalho.

A direção do IBGE os colocou, primeiramente, no Centro de Macapá, responsáveis por áreas de entrevistas uma ao lado da outra e assim eles saem para trabalhar e voltam juntos para a casa dos parentes em que estão hospedados todos os dias.

Desafios

Sobre o trabalho, as áreas em que ficaram responsáveis têm muitos estabelecimentos comerciais, como a avenida Padre Júlio. Nestes casos, apenas registra-se o nome do comércio. É nas casas que as entrevistas ocorrem e eles contam que a maior dificuldade é encontrar pessoas que respondam ao pequeno questionário.

“A maior dificuldade é de encontrar moradores. Depois que encontramos, a grande maioria é simpática e nos atende bem. Eu tive apenas três recusas, mas nenhuma foi grosseira. Eu entrevistei umas 200 pessoas, não é muito comparado a outros setores, porque fica no Centro, Centro mesmo, e é menos populoso, são mais estabelecimentos comerciais”, relatou Emanuel.

Além de trabalharem, mãe e filhos também estudam juntos

Missão Bailique

Mãe e filho foram escalados pela coordenação do Censo no Amapá para ajudarem nas entrevistas deu seu local de origem, aproveitando o conhecimento que têm da região e das pessoas.

Eles terão que alugar catraias e voadeiras, andar sobre as pontes de acesso às palafitas que tão bem conhecem para que o Estado aproxime-se ao máximo possível do retrato do Brasil nesta segunda década do século XXI.

Katiane pediu que haja maior divulgação e apoio por parte da população e da sociedade em geral para o êxito desta etapa.

“Eu explico às pessoas da importância do Censo, de que temos que saber quantos somos hoje e outros aspectos, a situação da saúde e educação [no questionário há perguntas sobre saneamento e escolaridade], isso é muito importante, e, mesmo assim, ainda há pessoas que preferem não responder. Ok, é um direito. Há também muitas pessoas que me perguntam o que é o Censo, então, têm muitas pessoas que não sabem o que é e acredito que deveria haver mais divulgação sobre a importância do Censo”, finalizou Katiane.

Seles Nafes
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