Elson Martins e o jornalismo na Amazônia

Jornalista acreano que trabalhou e morou muitos anos no Amapá esteve em Macapá para divulgar sua mais recente obra, o livro “Acre, um estado de espírito”.
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Por MARCO ANTÔNIO P. COSTA

Aos 83 anos, em plena atividade e sempre com a pena à mão, o jornalista Elson Martins, o acreano mais amapaense à altura da Linha do Equador, acaba de lançar o livro “Acre, um estado de espírito”.

O jornalista veio ao Amapá para uma série de eventos, como a concorrida conversa com estudantes, jornalistas e professores realizada na quarta-feira (24), na Universidade Federal do Amapá (Unifap).

Elson é um dos principais jornalistas da Amazônia e do Brasil, sendo um dos responsáveis por onde ecoou o “grito no ouvido do mundo” que Chico Mendes lançou desde os seringais de Xapuri (AC), no final de década de 1970 e início de 1980.

Sua relação com o Amapá é enorme: “O Acre está nas cabeceiras e aqui [Amapá] é a foz”, afirmou.

Elson, assim como várias gerações de amapaenses, formou-se no atual segundo grau, no Colégio Amapaense. É em nosso Estado que tem boa parte de suas memórias afetivas, parcerias profissionais e muitas conquistas.

O jornalista esteve veio ao Amapá para uma série de eventos…

… como roda de conversa com estudantes …

… jornalistas e professores. Fotos: Marco Antônio P. Costa/SN

“O Amapá é muito, quase tudo. Eu comecei a me entender como gente, como militante da vida, no Acre, mas cheguei aqui muito cru ainda e o Amapá me deu um grande impulso. Uma coisa que percebi logo de cara no Amapá, é essa simpatia generalizada do povo amapaense, isso é um traço cultural aqui do Amapá e os políticos acabam prejudicando”, elogiou – e criticou ao mesmo tempo – o jornalista.

Varadouro e Folha do Amapá

Na vida de Elson, dois projetos, dois jornais, o Varadouro no Acre e o Folha do Amapá, aqui nestas paragens setentrionais, tem lugar especial dentre as realizações e na memória daqueles que tiveram a oportunidade de serem leitores dos periódicos.

“O [tabloide] Folha do Amapá foi uma sequência do Varadouro, o jornal que nós fizemos lá [no Acre]. Era a mesma linha alternativa, não era um jornal empresa, era um jornal de movimento. O varadouro durou quatro anos e o Folha do Amapá, até eu sair daqui, durou 13 anos”, relembrou Elson.

Autografando o livro para o professor Marco Antônio Chagas

Amazônia e jornalismo

O evento contou com a presença de estudantes de diversos cursos, mas principalmente do curso de jornalismo da Unifap, novas gerações que puderam conhecer e ter acesso à algumas das memórias e formulações do jornalista e escritor. Muito antes dos atuais holofotes em cima das teorias de coloniais, Elson já professava que a Amazônia tem muito a ensinar, não apenas ao país, mas para o mundo todo. Foi neste tom que tentou incentivar os jovens a darem voz aos povos e atores da nossa Amazônia brasileira e apaixonarem-se pela vocação e possibilidades da profissão.

“Eu acredito que ele, se ele é jornalista ou está estudando jornalismo, que essa é uma profissão maravilhosa, e é uma profissão maravilhosa porque ela tem força para você ajudar a comunidade, a sociedade. Até o Cláudio Abramo dizia que a missão do jornalista é ajudar a melhorar a sociedade que vive”, finalizou Elson Martins.

Quem desejar adquirir um exemplar do livro, a compra pode ser feita entrando-se em contato com Ângela de Carvalho, através do número (96) 991482866.

Seles Nafes
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